Por que Lula deveria indicar mais mulheres ao Judi…

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Matheus Leitão

Enquanto as figuras políticas continuam a propagar discursos muitas vezes machistas, Cármen Lúcia, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destaca-se não apenas por seu papel jurídico, mas como uma defensora incansável dos direitos das mulheres. Em recentes declarações, a ministra enfatizou a desproporcional representação feminina nos cargos públicos e a urgente necessidade de ação para corrigir essa disparidade.

Cármen Lúcia criticou abertamente a substituição de mulheres por homens em cargos de poder, especialmente no Judiciário. Ela ressaltou que, mesmo quando há listas tríplices com maioria de mulheres para cargos importantes, a escolha final muitas vezes recai sobre homens. Essa prática, segundo ela, é “inaceitável” e contraria os princípios de igualdade e justiça que deveriam nortear as instituições públicas.

Outro marco histórico recente é a posse da ministra Maria Elizabeth Rocha como a primeira mulher a presidir o Superior Tribunal Militar (STM) em 217 anos de história do órgão. Em seu discurso de posse, ela afirmou: “Sou feminista e me orgulho de ser mulher”.

Natural de Belo Horizonte, formada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e doutora em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maria Elizabeth compõe o STM desde 2007, quando foi indicada durante o primeiro mandato do presidente Lula. Sua trajetória é um exemplo de competência e resistência em um ambiente tradicionalmente dominado por homens. A nomeação dela não apenas quebra barreiras históricas, mas também reforça a importância da presença feminina em todos os espaços de poder.

No entanto, enquanto mulheres como Cármen Lúcia e Maria Elizabeth Rocha lutam por mais igualdade, o cenário político ainda é marcado por discursos machistas. Recentemente, o presidente Lula deu uma declaração em que se referiu à ministra Gleisi Hoffmann como “mulher bonita” para melhorar a articulação política.

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Com duas vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a recomendação de que esses postos sejam preenchidos por mulheres não é apenas uma questão de representatividade, mas também de justiça e equidade. A indicação de mulheres para essas posições seria um passo significativo em direção a corrigir o longo histórico de desequilíbrio de gênero no Judiciário brasileiro, alinhando as práticas do país com suas aspirações democráticas.

A trajetória e as declarações de Cármen Lúcia e de Maria Elizabeth Rocha não apenas ressaltam a luta contínua pela igualdade de gênero, mas também moldam o discurso sobre o que significa ser uma líder feminina em uma das mais altas cortes do Brasil. Suas lideranças são um lembrete de que a mudança é necessária e possível, e que as mulheres não só pertencem a todos os espaços de poder, como são essenciais para a integridade e a justiça desses espaços.



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