Nicholas Shores
Ao entrar na disputa pela presidência do PT, Washington Quaquá calcula que pode agregar votos dos insatisfeitos com Edinho Silva dentro da sua corrente interna, a Construindo um Novo Brasil (CNB), e ainda se unir a nomes de tendências mais à esquerda, como Rui Falcão e Romênio Pereira, em busca de uma aliança ainda no primeiro turno.
O prefeito de Maricá (RJ) vai fazer o lançamento oficial da sua candidatura em 13 de maio, em um evento no Circo Voador, na Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Quaquá também é vice-presidente nacional do PT.
Ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho se apresenta hoje como o “candidato do Lula”, apesar de o presidente da República não ter declarado publicamente o apoio a ele e nem a qualquer outro nome. Um dos maiores articuladores de sua campanha atualmente é o ex-ministro José Dirceu.
Quaquá ironiza o cartão de visitas do adversário. “Edinho vem de um apoio do presidente Lula que é que nem cabeça de bacalhau: até agora ninguém viu. Ele tem antipatia de toda a coordenação da CNB. E estou buscando o apoio da coordenação da CNB, composta por mim, Humberto Costa, José Guimarães, Gleide Andrade e o Jilmar Tatto.”
Para o prefeito de Maricá, o entorno de Lula no Palácio do Planalto fala em nome do presidente da República sobre a eleição petista sem sua autorização. “Estão todos tentando viabilizar o Edinho porque querem o PT sabujo da entourage palaciana”, diz.
Alexandre Padilha, que hoje é ministro da Saúde, apoia a candidatura de Edinho desde que chefiava a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), assumida em março por Gleisi Hoffmann. Ela, por sua vez, deixou o comando do PT ao tomar posse no ministério. Quem passou a presidir a sigla foi o senador Humberto Costa.
O prazo para registro de candidaturas vai até 19 de maio. A votação será em 6 de julho. Se houver segundo turno, petistas voltarão às urnas duas semanas depois, em 20 de julho.



