A estratégia separatista dos Emirados Árabes Unidos

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Lum “Esparta do Oriente Médio”assim como os Emirados Árabes Unidos foram descritos, foi distinguida há mais de uma década por uma política externa fortemente militarizada e particularmente agressiva. Essa estratégia leva a marca de Mohammed Ben Zayed, o atual presidente da Federação da Emiratese é animado por uma hostilidade obsessiva contra a “Primavera Árabe”, essa onda de protesto popular que fez as ditaduras da região tremer em 2011.

A força de tal estratégia pode residir em sua coerência contra-revolucionária, leva a muitos teatros que os Emirados Árabes Unidos apoiam os movimentos secessionistas, acentuando a fragmentação dos estados envolvidos, em vez de garantir uma forma autoritária de restauração.

O laboratório da Líbia

Após a Guerra Civil que levou, na Líbia, à derrubada do coronel Gaddafi, em setembro de 2011, os Emirados Árabes Unidos decidiram apostar no general Haftar, governador de Tobrouk sob Muammar Gaddafi, de 1981 a 1986, antes da deserção nos Estados Unidos. Não apenas Abou Dhabi incentivou Khalifa Haftar a desencadear uma segunda guerra civil em maio de 2014, mas também a aeronave dos Emirados participou do bombardeio de Trípoli, três meses depois. Os apoiadores de Khalifa Haftar não conseguem apreender a capital, daí a divisão do país entre dois governos, um reconhecido pelas Nações Unidas (ONU) em Trípoli, o outro controlado por Khalifa Haftar em Benghazi. Apesar do embargo da ONU nas entregas de armas, Khalifa Haftar se beneficia de um fluxo contínuo de armas dos Emirados, das quais Helicópteros bielorrussos.

Recusando qualquer compartilhamento de poder em uma Líbia reunificada, os Emirados pressionam Khalifa Haftar a lançar uma terceira guerra civil, em abril de 2019, o que só leva a jogar o governo de Trípoli nos braços da Turquia, sem pôr fim à polarização entre o oeste e o leste da Líbia. Mohammed Ben Zayed toma nota desse fracasso amargo e agora usa Benghazi e sua região como um laboratório de sua cooperação militar com a Rússia, da qual ele mais ou menos discretamente apóia a invasão da Ucrânia. Essa dimensão russa foi acentuada desde a queda do ditador Assad a Damasco em dezembro de 2024, e a retirada sobre o feudo de Khalifa Haftar de instalações russas até agora estabelecidas na costa síria. O desenvolvimento de Maaten al-Sarra Air Baseno sul da Líbia, é nesse sentido pesado com consequências.

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