Robson Bonin
Auxiliares de Lula no Palácio do Planalto voltaram a reclamar, na semana passada, da postura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas redes sociais, ao classificar de fake news as notícias que mostraram o aumento da contribuição para os MEIs.
“Os bolsonaristas começaram a divulgar mais uma fake news. A contribuição social do MEI continua em 5% do salário mínimo, como sempre. E só pode ser alterada pelo Congresso Nacional. Não há nenhuma iniciativa parlamentar nesse sentido. Quem espalha essas mentiras está atrapalhando o empreendedor brasileiro”, postou o ministro no X.
Para os colegas de governo, Haddad pisou na bola de novo. Afinal, todo trabalhador sabe que o imposto, na prática, subiu porque é atrelado ao salário mínimo, que também subiu e elevou, assim, a contribuição. Negar isso, na avaliação do Planalto, é cair no mesmo erro do episódio do Pix, quando o governo tomou uma surra da oposição nas redes ao tentar negar o aumento da fiscalização da Receita Federal sobre transações financeiras — um fato.
“O aumento de imposto para o MEI é realidade. Chamar de fake news é a própria fake news”, diz um auxiliar de Lula no Planalto.
No mundo real, o que importa, para quem paga imposto, é que está saindo mais dinheiro da conta para bancar o governo. O salário mínimo sobe, mas a renda de muito trabalhador, que dá duro como empreendedor, segue a mesma. O motivo de a contribuição ter ficado mais cara pouco importa.