Anita Prado
Em um momento delicado para a política externa brasileira, marcado pela imposição de tarifas a produtos do país por parte do presidente americano Donald Trump, o governo Lula optou por recuar da disputa por uma cadeira na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA). O resultado da eleição, que ocorreu no fim da manhã desta sexta-feira, 11, selou a derrota brasileira: o mexicano José Luis Caballero Ochoa venceu com 23 votos, contra apenas 3 do brasileiro Fábio Sá e Silva. Cinco países votaram em branco.
A decisão de abrir mão da cadeira foi criticada nos bastidores de Brasília. VEJA apurou que, apesar do apoio formal do Planalto à candidatura de Sá e Silva, houve resistência dentro do próprio governo e articulações no Itamaraty para retirar o nome em favor de um consenso com o México.
Fábio Sá e Silva, professor da Universidade de Oklahoma e vinculado ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), havia sido lançado pelo governo como alternativa progressista na CIDH. Seu nome teve aval do chanceler Mauro Vieira, do advogado-geral da União Jorge Messias e até do próprio presidente Lula.