Contribuiu para diretrizes do saneamento básico no Brasil – 27/04/2025 – Cotidiano

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Mauren Luc

Nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, José Eduardo de Campos Siqueira formou-se em filosofia pela USP (Universidade de São Paulo) e fez carreira no movimento carreira sindical —ele presidiu a FNU (Federação Nacional dos Urbanitários), entre 2003 e 2009, e a Confederação Nacional dos Urbanitários, que ajudou a criar.

“Foi grande organizador e entusiasta da Eco-92 e consultor em prefeituras como São Paulo e Paraty, já aposentado”, afirma o filho, Dionísio Siqueira.

A FNU publicou nota de pesar, citando José Eduardo como grande articulador para a criação do Ministério das Cidades, da Secretaria Nacional de Saneamento e para aprovação da Lei 11.445/2007, que estabeleceu diretrizes para o saneamento básico no Brasil.

A nota destaca sua atuação política e e sua capacidade de articulação sindical. Formador de militantes, ele transmitiu conhecimento, coragem e compromisso com a democracia e com os direitos dos trabalhadores, afirma o texto “Sempre afetuoso, bem-humorado e comprometido com a unidade da classe, ele deixa um legado inestimável, que seguirá nos inspirando.”

Filho de uma professora e um agricultor, José Eduardo teve três irmãos. Alundo de Marilena Chauí na graduação em filosofia, ele também era técnico em química e foi concursado da antiga Comasp (Companhia de Água e Esgoto de São Paulo).

Foi ainda um dos fundadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e responsável, na década de 1990, pela balneabilidade das praias de Santos, onde foi secretário do meio ambiente.

Em casa, adorava escrever poemas, fazer palavras cruzadas e churrasco com os amigos. “Era muito brincalhão e carinhoso, além de um chorão de carteirinha”, conta o filho. “Fez história em tudo que entrou pra fazer.”

Também era excelente desenhista. “Se não tivesse se tornado militante, vivido na ditadura e escolhido a carreira sindicalista, poderia muito bem ter sido artista. Quando éramos crianças, nos instigou o amor pela arte, ensinando como desenhar com carvão e lápis grafite de diferentes gradações. Foi com meu pai que fiz meus primeiros rabiscos, que evoluíram para minha carreira de artista”, diz a filha Cristina Siqueira.

Amava a vida, pessoas, histórias, música, riso, as tradições e suas origens, mas não ficava olhando para trás. Era sempre o centro das atenções, mas fazia todos se sentirem especiais, diz outra filha, Raquel Siqueira, ressaltando-o como um professor nato, ativista e humanista, metódico e disciplinado. “Um bon vivant trabalhador”.

José Eduardo deixa a mulher, três filhos e cinco netos. Ele morreu em 7 de fevereiro, aos 75 anos, de infarto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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