Marcela Rahal
Prestes a sair uma decisão do Ibama que permita, num primeiro momento, a pesquisa para a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, o governador do Amapá, Clécio Luís, disse à coluna que o parecer apresentado por técnicos, há cerca de dez dias, negando a possibilidade é mais uma medida protelatória.
‘O que o Ibama está nos negando é tão absurdo, que é nos negando o direito a fazer a pesquisa. Essa primeira perfuração é pesquisa. Vão passar lá de 5 a 6 meses extraindo óleo pra saber que tipo de óleo é. Isso é, na verdade, uma medida protelatória, e que a meu ver é algo inconcebível, é como se um órgão tivesse autonomia para protelar. Tudo o que foi pedido foi cumprido’, afirmou.
Cabe ao presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, dar a palavra final sobre a autorização para explorar petróleo em uma região tão complexa do ponto de vista ambiental. O projeto tem gerado muito debate, inclusive, com críticas públicas do presidente Lula, que reclamou recentemente do ‘lenga-lenga’ do Ibama para dar aval a proposta. O petista também vem sendo pressionado por políticos do estado, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
A principal exigência que faltava para a autorização, segundo o governador, era a chamada casa de fauna, uma espécie de hospital para atender aos animais da região, em caso de vazamento de óleo. A Petrobras está construindo esse ponto de apoio em Oiapoque, a 170 quilômetros da área de exploração, previsto para ficar pronto ainda neste mês. Mesmo assim, ainda não há garantia de que seja aprovada, tamanhos os riscos à biodiversidade da área.