Marcelo Ribeiro
Lideranças de comissões da Câmara que receberam auxiliares do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira recorreram ao regimento para blindar os convidados de perguntas sobre o aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF), iniciativa que gerou reação do mercado e acendeu uma nova crise do Legislativo com a equipe econômica.
Os presidentes da comissão especial da reforma do imposto de renda, Rubens Pereira Júnior, e da comissão de Finanças e Tributação, Rogério Correia, se anteciparam aos membros dos colegiados e avisaram que perguntas que abordassem temas alheios aos que levaram o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, e o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ao Congresso não precisariam ser respondidas.
Enquanto Barreirinhas foi chamado para colaborar com dados que serão aproveitados pelo relator Arthur Lira na confecção de seu relatório sobre a reforma do imposto de renda, Ceron compareceu para falar em uma audiência pública sobre a adesão de Minas Gerais ao programa de pleno pagamento de dívidas dos estados (Propag).
De acordo com o artigo 256 do regimento interno da Casa, o convidado deverá se limitar ao tema ou questão em debate e os membros da comissão poderão interpelá-lo estritamente sobre o assunto da exposição.
Fontes da equipe econômica reconhecem que chegou a ser cogitada a possibilidade de pedir que a participação de ambos fosse adiada, mas houve o diagnóstico de que o não comparecimento teria potencial de representar um novo capítulo da crise do IOF.
