Fernando Canzian
Um dos principais órgãos de pesquisa econômica do país, o Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) vem provendo cortes na remuneração de alguns de seus principais pesquisadores.
Os afetados, que não quiseram ter os nomes expostos, foram informados de que seus rendimentos serão reduzidos em 50% nos próximos meses. Há pelo menos quatro deles que fazem parte de pesquisas fundamentais do instituto.
Na segunda (17), foi demitido também o responsável pela comunicação do instituto, Claudio Conceição, além de uma assistente que o ajudava a organizar eventos do Ibre. O desligamento de Conceição, que estava previsto apenas para outubro, se deu por e-mail. Ele também era editor-executivo da revista Conjuntura Econômica.
Internamente, o temor é o de que alguns pesquisadores afetados acabem deixando o Ibre, descontinuando algumas linhas de pesquisa, o que é negado pelo diretor do órgão, Luiz Schymura.
“Não há nada demais nesse movimento”, disse. Ele afirma que os pesquisadores que terão a remuneração reduzida trabalharão menos horas para o Ibre e poderão se dedicar a outros projetos, fora do instituto.
O diretor diz que é importante que os economistas do Ibre “circulem mais”. O instituto mantém outros pesquisadores com contratos de prestação de serviços e à distância — em Brasília, São Paulo e no próprio Rio, onde exercem também outras atividades.
A sede do Ibre no Rio também vai mudar, de um prédio no bairro de Laranjeiras para o centro da cidade.