Todos os cidadãos paquistaneses que estão na Índia devem deixar o país até 29 de abril, anunciou o Ministério das Relações Exteriores de Nova Déli nesta quinta-feira (24), em um agravamento da crise diplomática entre os países vizinhos.
Um dia antes, o governo do Paquistão afirmou que rejeita veementemente o anúncio da Índia de suspender unilateralmente o Tratado das Águas do Indo, acordo que regula o uso compartilhado do rio entre as duas nações desde 1960.
Islamabad fechou seu espaço aéreo para companhias aéreas indianas e rejeitou a suspensão de Nova Déli do tratado de compartilhamento de águas. Essa decisão indiana ocorreu em resposta a um ataque terrorista na parte da Caxemira sob controle indiano que deixou ao menos 20 turistas mortos na terça-feira (22)
Em retaliação, o Paquistão anunciou que reduzirá o número de diplomatas e membros da equipe da Alta Comissão da Índia em Islamabad para 30 pessoas, medida que entrará em vigor no próximo dia 30.
Em nota oficial, o governo paquistanês declarou que qualquer tentativa de interromper ou desviar o fluxo das águas atribuídas ao Paquistão, ou de usurpar os direitos de um país ribeirinho situado a jusante, será considerada um ato de guerra.
O Tratado do Indo, mediado pelo Banco Mundial, é um dos principais pilares da gestão de recursos hídricos na região e já sobreviveu a diversos períodos de tensão entre Índia e Paquistão. A escalada atual eleva o risco de instabilidade em uma das fronteiras mais sensíveis da Ásia.