Nicholas Shores
O líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho (RJ), afirmou em um almoço fechado com empresários, políticos e outras autoridades em Brasília na terça-feira que a medida provisória que eleva outros impostos para compensar o recuo do governo Lula sobre o aumento do IOF “dificilmente” será aprovada.
“Será instalada uma comissão de composição do Senado e da Câmara para discutir a medida provisória. Pode até sair uma aprovação, que eu não acredito, mas certamente esse texto será mudado”, declarou o deputado no encontro, organizado pelo grupo Esfera Brasil e pela Casa ParlaMento.
Segundo Luizinho, a aprovação, na Câmara, da tramitação em regime de urgência do projeto que derrubaria o decreto do IOF na segunda-feira alimenta a expectativa de que, nos próximos quinze dias, o diálogo com o governo avance em relação a ajustes nas contas públicas e ao pagamento de emendas parlamentares.
O deputado criticou o Planalto por, segundo ele, tentar impor pelos meios de comunicação a narrativa de que o Congresso seria o responsável pelo desequilíbrio fiscal e só estaria preocupado com os repasses de nacos do Orçamento aos seus redutos eleitorais.
Nos últimos dias, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ameaçou bloquear o pagamento das emendas parlamentares se o pacote fiscal de Fernando Haddad for derrubado.
Doutor Luizinho também criticou o Executivo por adotar medidas de apelo popular, mas, ao buscar compensações fiscais, recorrer ao aumento de tributos.
“O governo tem feito medidas populistas, como reajuste para servidores, correção da tabela do Imposto de Renda até 5.000 reais e a redução na conta de luz. Na hora de compensar, tenta fazer isso aumentando imposto. Não tem coerência”, afirmou.
