Thomas Traumann
No meio do pior momento de aprovação do governo, o presidente Lula da Silva vai dar início à maior reforma ministerial do seu mandato. Neste sábado, o presidente participa no Rio da festa de aniversário de 45 anos do partido e deve formalizar o convite para que a presidente Gleisi Hoffmann assuma a Secretaria-Geral do governo, pasta responsável pela relação com os movimentos sociais. Para assumir o cargo, Gleisi terá de renunciar à presidência do PT antes do fim do seu mandato, em junho. A intenção de Lula é que o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, assuma um mandato tampão até junho e depois seja eleito presidente do PT por mais dois anos.
Junto com a chegada de Gleisi haverá outra mudança no Planalto, com a possível transferência do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Existe uma forte possibilidade de o novo ministro ser um político fora do PT, como o ministro Silvio Costa Filho, do Republicanos, ou o deputado Antonio Brito, do PSD. Alas do PT ainda tentam manter o cargo para o partido com a sugestão de nomes como os deputados José Guimarães ou Odair Cunha.
Dono de um dos cargos mais desgastantes da administração, Padilha deve ser realocado no Ministério da Saúde, cargo que já ocupou no governo Dilma. O ministro da Casa Civil Rui Costa, no entanto, tenta evitar isso e fazer com que o escolhido seja outro ex-ministro de Dilma, Arthur Chioro. O fato é que a ministra Nisia Trindade deve sair.
Também estão previstas mudanças nos ministérios das Mulheres, Desenvolvimento Agrário, Ciência e Tecnologia e, possivelmente, Desenvolvimento Social e Justiça.
Lula vai iniciar a reforma pelo PT, mas para além do partido ela só será efetivada depois de um acordo com novos presidentes da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos, e do Senado, Davi Alcolumbre, do União Brasil. O presidente segue com a intenção de trazer para o ministério os dois ex-presidentes do Legislativo, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, mas as conversas ainda não evoluíram.
