
Expor o cinema sem cair no fetichismo do decoro é um desafio. Exceto talvez em relação a Wes Anderson, sem dúvida o dos cineastas ativos cujo universo era o mais propício ao exercício de enforcamento. O Cinémathèque Françise abre seus 5e Piso até 27 de julho para uma exposição Anthill, “Wes Anderson: The Archives”, em colaboração com o design do Museu de Londres. Este, orquestrado com uma mão segura pelos comissários Matthieu Orléan, Lucia Savi e Johanna Agerman Ross, desenhando das coleções particulares do cineasta, elabora um formidável inventário lúdico de seu trabalho, em seu lado fabricado.
De fato, o texano Dandy, nascido em Houston em 1969, agora “euro-transplante” entre a Inglaterra e a França, é uma das raras assinaturas contemporâneas a atravessar tantos artes e ofícios: moda (moda (modaA família Tenenbaum2001), D’Aquitetura (O Grand Budapest Hotel2014), de modelos (Vida aquática2004), de bonecos (Fantástico Sr. Fox2009; Ilha Dog2018), Paper Press (O despacho francês2021) ou teatralidade (Cidade de asteróides2023). Não é de surpreender que o trabalho resista tão bem na galeria: atraído para quatro pinos, maníacos de detalhes, fritos com composições frontais que fazem do mundo uma grande exibição, seus filmes já estão expostos.
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