Matheus Leitão
A imagem do presidente Lula está derretendo.
Novas pesquisas divulgadas nesta quarta, 26, revelam que o líder petista vai mal – muito mal mesmo – em oito estados pesquisados pelos institutos Paraná Pesquisas e Quaest.
Lula continua a ver sua popularidade despencando em São Paulo, onde sua desaprovação cresceu 14 pontos, segundo a Quaest, e Jair Bolsonaro venceria pelos mesmos 14 pontos percentuais se não estivesse inelegível.
Mas o tombo não passa apenas por São Paulo, cujo terreno formado por paulistas e paulistanos sempre foi movediço para o Partido dos Trabalhadores.
Na Bahia, estado que ad aeternum deu ampla vantagem para Lula, a desaprovação do presidente superou numericamente pela primeira vez a aprovação: 51% contra 47% que avaliam bem o governo federal.
O mesmo fenômeno acontece em Pernambuco, que viu 50% dos seus eleitores desaprovarem o presidente contra 49% que o aprovam. Há dois meses, a desaprovação era de apenas 33%. Ou seja, houve um aumento de 17 pontos percentuais em um curto período de tempo.
Goiás (70% desaprovam contra 28% que o aprovam), Minas Gerais (63% contra e 35% a favor), Paraná (68% X 30%), Rio de Janeiro (64% X 35%) e Rio Grande do Sul (66% X 33%) dão o tom da desilusão do eleitor com o Lula-3.
MISSÃO QUASE IMPOSSÍVEL
A queda vertiginosa de popularidade de Lula em estados reconhecidamente conservadores com a desaprovação superando a aprovação em estados que historicamente o presidente tem altos índices de apoio fazem a missão de Sidônio Palmeira, novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, quase impossível.
O publicitário assumiu para mudar um quadro que vai se mostrando cada vez mais sombrio. O governo está tendo que lidar com uma realidade bastante difícil e, no caso de Lula, inédita – já que todas as pesquisas importantes mostram esse quadro bem diferente dos dois primeiros governos.
Mesmo quando os dados são bons – como no quase pleno emprego vivido pelo Brasil – tem gente afirmando aos pesquisadores que está complicado arrumar um trabalho.
Sidônio terá que trabalhar essa realidade em um ano em que a economia tende a piorar por causa dos juros altos. E em um momento em que demissões como a de Nísia Trindade do ministério da Saúde, fritada publicamente por meses, não ajudam em nada a recuperação da imagem em um segmento fundamental: as mulheres.