Matheus Leitão
O presidente Lula deu mais uma declaração machista e misógina em seu terceiro mandato presidencial. Não se trata de gafe. Gafe significa uma “indiscrição involuntária” e não me parece ser o caso do presidente.
Lula já relacionou problemas de saúde mental com violência e disse ver algo positivo na escravidão. Depois, criou mais desconforto ao engrossar o coro de esteriótipos sobre negros e mulheres.
Agora, ao trocar a pasta política mais importante do Palácio do Planalto em meio a uma longa crise de relação com o Congresso Nacional, soltou a seguinte frase…
“É muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Porque uma coisa que quero mudar, estabelecer relações com vocês. Por isso coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, porque não quero mais ter distância de vocês”, disse o presidente.
Ao exaltar o atributo físico de Gleisi Hoffmann, o presidente ignora o atributo político, intelectual e profissional da ministra das Relações Institucionais.
É uma fala machista porque ignora a capacidade política e longa trajetória política de Gleisi, que, aos 59 anos, já foi secretária municipal, secretária de estado, diretora de empresa binacional, ministra-chefe da Casa Civil, senadora, deputada e presidente do PT, partido do próprio presidente.
Nunca antes na história deste país se viu Lula reduzir a capacidade de um homem à sua beleza ou ao seu corpo. Ao falar de Fernando Haddad, por exemplo, o presidente sempre aponta a capacidade do ministro da Fazenda.