Matheus Leitão
Após o afago em Fernando Haddad e o recado para o governo pedindo unidade em seu discurso – “juntos, somente juntos seremos capazes de atender às justas expectativas da população” – a nova ministra das relações institucionais, Gleisi Hoffmann, iniciou uma agenda de construção de diálogo para fora, com o Congresso, e para dentro, aparando arestas internas do Partido dos Trabalhadores.
Primeiro encontrou os líderes da gestão petista no Congresso, depois Edinho Silva, candidato à presidência do PT, e as bancadas do PCdoB, PV, PSOL, PDT e PSB.
O próximo passo será, contudo, o mais difícil. A ministra vai procurar as outras bancadas para o diálogo, entre elas a de centro-direita como o PP, que tem sinalizado querer a maior distância possível de Lula após a popularidade do presidente cair para níveis baixíssimos.
O grande desafio será conseguir atender às muitas demandas dessas bancadas – leia-se principalmente emendas parlamentares – para conseguir o apoio delas nas importantes votações nos próximos 15 meses, antes do início do período eleitoral.
Alexandre Padilha, hoje na Saúde, não conseguia mais um caminho de diálogo, de cumprimento das promessas e teve que ser remanejado. A responsabilidade de Gleisi Hoffmann aumenta a cada minuto dentro do PT, à medida que a agenda eleitoral se aproxima.