Josué Seixas
O jabuti resgatado em Itacajá (TO), após ser encontrado vivendo embaixo de um piso de cerâmica por cerca de dez anos, está em quarentena, sob observação, e passando por exames para avaliar seu estado de saúde e comportamento no Cefau (Centro de Fauna), que é ligado ao Naturatins (Instituto Natureza do Tocantins), em Palmas.
O animal apresenta deformidades no casco, deficiência nutricional e intolerância à luz solar. Ele está passando por um processo de reabilitação nutricional e adaptação a novos alimentos e nutrientes. Os estudos também dirão se ele terá condições de ser solto na natureza ou não.
A médica veterinária e coordenadora do Cefau, Mayumi Matuoka, informou que o jabuti é um macho da espécie conhecida como jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria).
“Caso não seja possível a soltura, a gente vai destinar o animal ou para um centro de conservação ou para um zoológico. Nós somos um centro de passagem, um centro de triagem. Então a gente não fica com nenhum animal. Ou ele vai ser solto ou ele vai ser destinado”, explicou a veterinária.
Na quarentena, o jabuti passa por exames como hemograma. Até o momento, segundo a especialista, ele tem o comportamento de um animal normal, alimentando-se e movendo-se conforme a expectativa.
“Estamos apresentando para ele novos alimentos, novos nutrientes, para que ele possa se desenvolver com mais saúde”, Daniel Albernaz, disse o zootecnista do Naturatins.
O animal foi resgatado na última segunda-feira (17), cerca de dez dias após um pedreiro de Itacajá tê-lo encontrado vivendo soterrado sob um piso de cerâmica —nesse período, ele ficou em um banheiro reservado devido à sensibilidade à luz.
A dona da casa acredita que ele estava lá há cerca de dez anos, quando foi feita a última reforma da residência.
A proprietária, Luiza Coelha da Cruz Aguiar, 60, afirmou que o animal não era dela. Ela acredita que ele tenha chegado à casa ainda filhote, junto com uma carreta de cascalho que comprou para colocar nos fundos da propriedade.