Matheus Leitão
A atmosfera no Supremo Tribunal Federal após a apresentação da denúncia contra Jair Bolsonaro como líder da trama golpista e da tentativa de golpe, assim como a retirada do sigilo da delação de Mauro Cid, é muito ruim para o líder da extrema-direita, como esperado.
Muito mesmo, mas bastante previsível.
Colegas de toga de Alexandre de Moraes não tinham tido acesso ainda à delação de Mauro Cid, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do líder da extrema-direita que abriu o bico contra a cúpula do governo bolsonarista e o antigo chefe.
Agora, segundo a coluna apurou, estão se inteirando das informações divulgadas nesta quarta, 19, e – aqueles da Primeira Turma que deve julgar o ex-presidente – com um olho na denúncia de Paulo Gonet e outro nas muitas páginas divulgadas na delação.
A avaliação entre os magistrados, até aqui, é a de que a denúncia é “robusta e técnica”, trazendo novas informações sobre os atos de Jair Bolsonaro contra a democracia brasileira.
Neste primeiro momento, a análise é a de que Moraes fez bem em manter sob sigilo parte da delação já que os crimes ali relatados estavam sendo investigados por delegados da PF e procuradores da PGR.
Quando o “xerife do STF” liberar o caso na Primeira Turma do tribunal, composta pelo próprio Moraes, mas também por Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux, será iniciado o processo que pode condenar Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão, se o ex-presidente pegar as penas máximas dos crimes pelos quais ele foi acusado.
Mesmo que não pegue a pena máxima… é um fato que Moraes, Cármen, Zanin, Dino e Fux devem todos, sem exceção, mandar Jair Bolsonaro para o xilindró. Agora é questão de tempo e o caso deve ser julgado até o fim de 2025. O relógio está cada vez mais rápido. Tic Tac….