Matheus Leitão
Vai começar o momento jurídico mais complicado de Jair Bolsonaro, o líder da extrema direita brasileira indiciado pela Polícia Federal por alguns crimes, incluindo a tentativa de golpe ou abolição do Estado democrático de Direito.
Com os direitos políticos cassados, o próximo capítulo deve vir a galope nesta semana.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, terminou a denúncia da trama golpista contra o ex-presidente e outros envolvidos. Agora, vai enviar ao Supremo Tribunal Federal, mas com novas informações sobre o envolvimento de Bolsonaro.
Segundo apurou a coluna, o documento, mais robusto que o relatório da PF, é aguardado na corte nos próximos dias.
Mas os problemas do ex-presidente não param por aí. Neste momento é que vão começar de fato, por isso escrevo que é o momento jurídico mais complicado de sua trajetória política.
A denúncia pela conspiração contra o sistema democrático do país deverá ser dividida e entregue para o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito.
Com isso, se seguir a nova orientação da Corte sob o comando de Luís Roberto Barroso, o caso será apreciado pela Primeira Turma do tribunal, composta pelo próprio Moraes, mas também por Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
A previsão no STF é que o processo seja julgado até o fim do ano de 2025. Mas e o placar? Bem, o placar da condenação hoje é de cinco votos contra Bolsonaro. Ou seja, 5 a 0 se ficar na primeira turma.
Com os direitos políticos cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral, Jair Bolsonaro não caminha, mas corre em direção à sua primeira condenação criminal. É o início do fim de qualquer “plano A” sobre seu futuro político.