Alavancagem patrimonial funciona? – 31/05/2025 – De Grão em Grão

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Michael Viriato

Empurrar um carro parado parece impossível sozinho. Mas, se mais três ou quatro pessoas ajudam, o mesmo carro começa a se mover com facilidade. Esse é o princípio da alavancagem: usar forças externas para gerar movimento. No mundo dos investimentos, essa força vem do capital de terceiros.

Embora o termo “alavancagem” carregue uma fama arriscada, ela é a base por trás da expansão de grandes fortunas e empresas. Raros são os empreendimentos que crescem só com o dinheiro dos sócios. Usar crédito — de forma inteligente e planejada — permite acelerar o crescimento patrimonial, mesmo para quem já possui recursos próprios.

Mas nem todo crédito serve. E muito menos todo ativo é adequado para esse tipo de estratégia.

Alavancar-se não é sair tomando dívida. É usar crédito barato, com prazo longo e custo previsível, aplicado em ativos com geração de caixa constante e estável. É preciso casar o ativo certo com o crédito certo — do contrário, a alavanca vira armadilha.

O crédito, aliás, não é o vilão da história. Ele ganhou má fama porque é frequentemente mal utilizado. Muitas pessoas contratam parcelas que não cabem no orçamento para adquirir bens de consumo que não geram retorno algum. Isso não é alavancagem. É enforcamento financeiro.

Numa alavancagem saudável, a parcela do crédito precisa caber com folga no orçamento. O objetivo não é se comprometer, mas expandir o patrimônio com disciplina e sustentabilidade. O crédito deve acelerar o que já está no seu controle — e não desestabilizar o que você mal consegue sustentar.

Considere uma empresa que possui R$ 300 mil de caixa. Com essa quantia, ela pode adquirir um único ativo de R$ 300 mil que rende 12% ao ano — ou seja, R$ 36 mil por ano. Agora imagine que essa empresa decida captar mais R$ 600 mil em crédito a uma taxa de 7% ao ano, e invista os R$ 900 mil no total (600+300). Ela compraria três ativos iguais, que juntos geram R$ 108 mil por ano (12% de R$900 mil). A despesa financeira com o crédito gira em torno de R$ 42 mil por ano (7% de R$600 mil), restando um lucro líquido de R$ 66 mil. Em relação ao capital próprio de R$ 300 mil, o retorno efetivo sobe para 22% ao ano. Isso é alavancagem.

Essa lógica, no entanto, só funciona com um ingrediente essencial: estrutura.

Investir diretamente como pessoa física impõe uma carga tributária elevada sobre o rendimento do ativo e sobre seu ganho de capital. Utilizar uma holding patrimonial permite reduzir impostos sobre aluguéis, planejamento sucessório e até blindagem jurídica. Sem isso, boa parte do ganho da alavancagem vai parar nas mãos do Fisco.

A alavancagem patrimonial, quando bem feita, não é apenas uma forma de crescer mais rápido. É uma maneira de usar o capital — próprio e de terceiros — com inteligência, planejamento e segurança. O segredo está em não improvisar.

Funciona? Sim. Mas só quando o crédito, o ativo, a estrutura e o orçamento falam a mesma língua. Aqueles que desejarem se aprofundar no tema, convido para um workshop gratuito que vou conduzir na próxima terça-feira, às 19h30 (increva-se), onde explicarei com mais detalhes como a alavancagem patrimonial pode ser usada de forma estratégica na construção de patrimônio.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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