Alexandre Barreto
São Paulo
De olho no mercado de beleza, Anitta teve uma surpresa ao tentar registrar com seu nome artístico uma linha de produtos cosméticos. Três empresas tentam barrar a iniciativa por considerarem que a marca ficaria muito parecida com a delas, o que poderia confundir os consumidores.
O processo começou em 2022, quando a equipe da cantora entrou com um processo de registro de marca no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). A ideia era emprestar a reputação da cantora a produtos como batons, brilhos labiais, xampus, condicionadores e desodorantes, entre outros.
Se mostraram contrários ao pedido da cantora a Anita Produtos de Perfumaria e Cosméticos, os donos da marca indiana de produtos cosméticos Neeta e a empresa Farmoquímica, que produz o remédio para vermes Annita. Esta última, além da grafia com dois enes e um tê, também tem registro com um ene e dois tês, exatamente como a cantora assina.
Nesta semana, após o assunto viralizar na internet, a assessoria da cantora Anitta publicou uma nota nas redes sociais destacando que o registro da Farmoquímica é válido apenas para medicamentos e com a grafia com que o remédio é vendido. Também diz que foi a farmacêutica que tentou registrar grafia igual à da cantora em 2022 para os mesmos produtos que a cantora pretendia lançar.
Isso, no entanto, não aparece em levantamento feito pelo INPI a pedido do F5, onde o último pedido de registro feito pela empresa foi de 2008. Os mais antigos da marca, com ambas as grafias, são de 2004.
Além disso, no processo, a Farmoquímica questiona o registro pretendido pela cantora, entre outros motivos, por também ser dona da rede de farmácias Droganita. Os advogados da empresa dizem que, por também vender produtos de perfumaria e cosméticos, as duas seriam do mesmo ramo de atividade.
Tanto o pedido de Anitta quanto as oposições das três empresas ainda estão em análise pelo INPI.
Procurada pela reportagem, a Farmoquímica disse apenas que o medicamento Annita está “em plena conformidade com a legislação de propriedade industrial, sendo reconhecida e utilizada em todo o território nacional há mais de 20 anos”. A empresa afirma ainda que “inexiste qualquer litígio envolvendo a marca em relação ao referido medicamento”.
O F5 também entrou em contato com a assessoria de Anitta, mas não recebeu resposta até a última atualização deste texto.