Marcela Mattos
O futuro de Nikolas Ferreira (PL-MG) é alvo de uma enorme especulação. Deputado federal mais votado do país nas últimas eleições, o nome dele já foi cotado a diferentes postos: à reeleição em 2026, a um voo mais alto como governador de Minas – até se chegou a cogitar que tentasse a cadeira de deputado por São Paulo, o que ele próprio refutou dizendo que a possibilidade seria apenas um balão de ensaio para desgastá-lo entre os eleitores mineiros.
Apesar do leque de opções, parlamentares próximos a Nikolas afirmam que, se nada mudar, ele deve continuar onde está e tentar a reeleição no próximo pleito. Não foram poucos os conselhos neste sentido.
Em uma conversa com deputados, entre eles o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e o líder Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Nikolas admitiu a vontade de concorrer ao governo de Minas – ele completa 30 anos em maio, a idade mínima para disputar o cargo. Na avaliação dos presentes, o parlamentar teria grande chance de se eleger.
O problema é que, disseram, o momento não é nada favorável. O estado de Minas amarga uma dívida de mais de 160 bilhões de reais com a União e está em regime de recuperação fiscal. Dessa maneira, portanto, é grande a chance de o próximo governador enfrentar greves e desgastes com servidores, além de não conseguir emplacar grandes mudanças na gestão.
No encontro, Lira afirmou que, se fosse qualquer outro estado – menos o Rio de Janeiro, que se encontra em situação similar -, ele aconselharia que Nikolas mergulhasse na disputa majoritária. Mas, dadas as circunstâncias, é melhor que espere um pouco e não coloque a carreira em risco.
Nos cálculos de aliados do parlamentar mineiro, caso opte pela reeleição, ele deve aumentar ainda mais a sua votação – recebeu 1,47 milhão de votos em 2022 – e entrar na história como o deputado federal mais votado, posto hoje ocupado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teve 1,8 milhão de votos em 2018.
Um dos argumentos para a possível ascensão é que Nikolas ainda está no primeiro mandato e ganhou projeção nos últimos dois anos – o número de seguidores dele no Instagram, por exemplo, mais do que dobrou desde que assumiu o mandato. Além disso, há uma torcida nada velada dentro do PL para que o deputado siga na Câmara: fenômeno eleitoral, espera-se que ele “puxe” ao menos 8 deputados com a sua reeleição, dois a mais do que em 2022. Como se sabe, é a quantidade de deputados que embasa o cálculo da verba partidária a que cada partido tem direito.