Centro Cultural Coreano no Brasil abre mostra de autistas – 04/04/2025 – Vidas Atípicas

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Johanna Nublat

A partir deste sábado (5), onze artistas autistas terão seus trabalhos expostos na biblioteca do Centro Cultural Coreano no Brasil, em São Paulo, na mostra “Te Amo, Coreia do Sul”.

Participam da exposição Arthur de Olinda (@arthurzinhorique), Bernardo Yori (@bernardoyori), Davi Ribeiro (sem perfil informado), Dudu Memoriza (@dudumemoriza), Gabi Hong (@mundodagabi_aut), Gabi Hayon (@gabihappyon), Isa Gomes (@isabella_gomes.l), Jessye Blue (@jessyeblue), Júlia Malc (@juliamalcbarbosa), Mary Gomes (@marygomes_artetea) e Yo Cruzue (@yohannescruzue).

A curadoria é de Grazi Gadia, publicitária, artista plástica e professora radicada nos Estados Unidos, que há anos atua ensinando artes para alunos autistas, e promovendo artistas autistas e o papel mobilizador das mães de autistas, no Brasil e no exterior.

“Acredito na arte como forma de transformação. Ela me ajudou a obter minha identidade aqui nos Estados Unidos”, conta a curadora. “O que me deu conforto na arte? Na arte não existe certo ou errado. Tudo pode. É isso que eu passo para meus alunos, que chegam cheios de medos.”

Gadia dá aulas para alunos autistas de todos os níveis de suporte, apoiada por uma monitora autista (Jessye Blue, uma das artistas da mostra), e destaca o papel das mães, tanto como mobilização política, quanto comunitária e individual. “Faço tudo em parceria com mães de autistas. Eu e o Carlos [Gadia, seu marido e neuropediatra que também trabalha com autistas]. Antes a Academia era fechada. A gente colocou as famílias dentro dos congressos.”

Uma vez por mês, Grazi Gadia dá uma aula gratuita, pelo zoom, o que acabou promovendo uma comunidade online de autistas e, ao menos em parte dos casos, de suas mães. “Se é um menino que não fala, nível de suporte 3, ele precisa estar com a mãe — e são vários. Essa aula não oferece suporte só às crianças, mas também às mães, que viraram amigas.”

A transformação pela arte, nesse caso, destaca Gadia, é potente: significa a expressão de habilidades, novos caminhos para comunicação, um espaço de socialização e pertencimento, e uma atividade econômica que pode se encaminhar para a autonomia.

Ela alerta, no entanto: “Para não desperdiçar esses talentos, nós todos temos que estar mais atentos”.

A mostra “Te Amo, Coreia do Sul” estará em exibição até 30 de abril no Centro Cultural Coreano no Brasil (avenida Paulista, 460), com entrada gratuita.


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