China reduz taxas de juros em meio à guerra comercial – 20/05/2025 – Mercado

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Winni Zhou, Ziyi Tang, Liz Lee, Summer Zhen

A China cortou as taxas de juros de referência para empréstimos pela primeira vez desde outubro nesta terça-feira (20), enquanto os principais bancos estatais reduziram as taxas de depósito, com as autoridades trabalhando para afrouxar a política monetária para ajudar a proteger a economia do impacto da guerra comercial com os Estados Unidos.

O Banco do Povo da China (banco central do país) informou que a taxa primária de empréstimos (LPR) de um ano, uma referência determinada pelos bancos, foi reduzida em 10 pontos-base, para 3,0% (era 3,1%). A LPR de cinco anos foi reduzida pela mesma margem, para 3,5%.

A maioria dos empréstimos novos e pendentes na China é baseada na LPR de um ano, enquanto a taxa de cinco anos influencia o preço das hipotecas. Ambas estão agora no nível mais baixo desde que a China reformulou o mecanismo de LPR em 2019.

Os cortes nas taxas, amplamente esperados, têm como objetivo estimular o consumo e o crescimento dos empréstimos, ao mesmo tempo em que protege as margens de lucro cada vez menores dos credores comerciais.

Ainda assim, o tamanho dos cortes foi moderado e refletiu o ritmo gradual de afrouxamento monetário nos últimos anos e o que analistas interpretaram como uma certa cautela entre as autoridades em relação a medidas mais agressivas enquanto lidam com a guerra comercial com os Estados Unidos.

O corte na taxa de empréstimo foi anunciado logo depois que cinco dos maiores bancos estatais da China disseram que haviam reduzido suas taxas de juros de depósito.

O Banco Industrial e Comercial da China, o Banco Agrícola da China, o Banco de Construção da China e o Banco da China reduziram as taxas de depósito em 5 a 25 pontos-base para alguns prazos, de acordo com as taxas exibidas nos aplicativos dos bancos. A Reuters havia informado na segunda-feira (19) que os bancos planejavam cortar suas taxas de depósito a partir desta terça-feira.

As reduções nas taxas de depósito devem orientar os credores menores a fazer cortes semelhantes.

Marco Sun, analista-chefe de mercado financeiro do MUFG Bank (China), disse que os cortes nas taxas têm como objetivo impulsionar os empréstimos e estimular o consumo.

“É provável que o banco central mude para uma abordagem de esperar para ver nos próximos meses, a menos que os riscos geopolíticos externos se deteriorem o suficiente para extinguir as expectativas de que a economia possa se estabilizar”, disse Sun.

Os cortes nas taxas fazem parte de um pacote de medidas anunciadas pelo presidente do banco central, Pan Gongsheng, e por outros reguladores financeiros antes das negociações entre a China e os EUA em Genebra neste mês, que levaram a uma redução na guerra comercial.

As ações da China e de Hong Kong subiram nesta terça, lideradas pelos setores de saúde e de consumo, uma vez que a confiança do mercado melhorou depois que a China anunciou o corte de juros.

No fechamento, o índice de Xangai teve alta de 0,38%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,54%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,49%, ficando próximo da máxima de dois meses.

Ações do setor de saúde listadas em Hong Kong e na China avançaram 2,6% e 1,4%, respectivamente.O setor de consumo também teve ganhos, com o Índice de Consumo Discricionário SCHK do Hang Seng avançando 1,2%.

Com o recente progresso substancial nas negociações tarifárias entre os EUA e a China e o anúncio de cortes nas taxas de juros, a incerteza do mercado diminuiu e o apetite por risco se recuperou, disse a gestora de investimentos TF Securities em uma nota.



Leia Mais: Folha

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