CPMI do INSS: PT espera que condenação de Bolsonaro divida atenção das investigações

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Marcela Mattos

Após a criação da CPMI do INSS, formalizada no último dia 17 pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), deputados do PT se preparam para montar um time de peso na comissão de inquérito.

Formada por 30 titulares, entre deputados e senadores, a comissão que vai apurar os descontos bilionários nas aposentadorias deve protagonizar duros embates entre o governo e a oposição, que fazem um jogo de empurra sobre a responsabilização do esquema que se expandiu nos últimos dois governos e alcançou desvios bilionários.

A CPMI só deve ter início após o recesso parlamentar, que termina em agosto. Enquanto isso, o partido do presidente Lula já definiu que o colegiado será ocupado por figuras com um perfil de enfrentamento. Um nome já escolhido é o do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que chegou a chefiar a Secretaria de Comunicação do governo e é afeito a debates calorosos. O bloco do PT deve ter quatro titulares – os outros nomes ainda estão sendo analisados.

Contenção de danos

Apesar de o PT se preparar para a guerra, lideranças da legenda propagam que a CPMI pode começar num cenário mais favorável que o atual. Até lá, dizem, o ressarcimento aos aposentados e pensionistas lesados pelo esquema já deve ter começado, o que tenderia a diminuir a pressão sobre o governo.

Além disso, a expectativa é que a atenção da opinião pública seja dividida com a investigação sobre uma tentativa de golpe depois das eleições de 2022. Pelo ritmo atual, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu núcleo duro entre agosto e setembro deste ano – justamente quando os trabalhos do colegiado estarão a todo valor. Uma eventual condenação de Bolsonaro, acredita-se, tenderia a desviar o foco.

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As principais lideranças do PT já têm intensificado o discurso de que o governo anterior arquitetou um atentado contra a democracia. A ideia, nos próximos dias, é focar principalmente no Punhal Verde e Amarelo, o suposto plano que visaria assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, para expor a gravidade das articulações naquele momento.

Governistas ainda contam com outro trunfo. Em meio a um jogo de empurra sobre quem é responsável pelo esquema, espalha-se que em breve aparecerá o nome de parlamentares envolvidos no escândalo. “É uma coisa muito séria e tem muita gente importante para aparecer. Muita gente mesmo, e eu tenho certeza disso”, afirma um interlocutor do Palácio do Planalto.

É uma tentativa, claro, de conter os ímpetos, sob o argumento de que a CPMI pode acabar atingindo gente graúda ou próxima de seus membros.



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