Marcela Rahal
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou em entrevista ao Amarelas On Air, de VEJA, que o processo contra o ex-presidente Bolsonaro, denunciado pela Procuradoria Geral da República por liderar a trama golpista, está ‘contaminado desde o início’. Segundo o senador, o julgamento teria que ocorrer na primeira instância, não no STF, e ainda sem a participação do ministro Alexandre de Moraes, que é vítima no caso.
‘Há uma proibição explícita na Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional) que impede que juízes e ministro do Supremo Tribunal Federal, em especial que são os mais altos do Brasil, falem sobre ações que estão sobre a sua égide. Nós temos um processo que está contaminado desde o início. Primeiro no foro, não é o foro adequado. O presidente não deveria estar sendo julgado no Supremo Tribunal Federal, uma vez que ele não é mais presidente da República”. Além disso, ressalta, o ministro da Suprema Corte, que é uma das vítimas do plano de golpe, não poderia participar do julgamento.
Marinho também destacou que existe, em sua avaliação, uma certa ‘ânsia’ do Supremo em julgar o ex-presidente ainda neste ano, impedindo o direito de ampla defesa. ‘Eu vejo como uma situação em que coloca o Brasil numa certa encruzilhada, numa encruzilhada no ponto de vista institucional. Nós estamos assistindo uma ânsia até eterna, dita por aqueles que fazem o Supremo Tribunal Federal, de concluir esse processo em 2025, segundo eles, para evitar contaminação em 2026’.
No entanto, o líder da oposição no Senado diz que Bolsonaro está confiante de que ‘a verdade vai prevalecer’ em relação ao resultado do processo.
Na entrevista, Marinho também falou sobre as recentes tensões envolvendo o Congresso e o STF, a defesa da ‘redefinição dos poderes’ e o impeachment de Moraes e tratou ainda sobre as expectativas para 2026 com tantos nomes de direita surgindo no cenário político.
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