Matheus Leitão
A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) é hoje a única mulher negra a ocupar a posição de líder de bancada na Câmara dos Deputados. Como capitã do PSOL na Casa, a parlamentar quer enfrentar os atuais desafios que estão postos à esquerda no Brasil.
“Hoje, a gente tem o desafio de falar com o povo em tempos de desinformação e fake news. Precisamos cada vez mais buscar a melhor forma de dialogar com a maioria”, disse a deputada, natural de Niterói (RJ), em entrevista exclusiva à coluna.
Talíria afirma que o Congresso Nacional, assim como a sociedade brasileira, ainda é bastante marcada pela lógica patriarcal. No entanto, acredita que o fato de ser mulher a aproxima mais da população.
“Estamos em 2025 e eu sou a única. Estamos muitos passos atrás do que a democracia exige. Sem dúvida, uma mulher consegue falar melhor com outras mulheres, pois muitas de nós sabem o que é enfrentar uma jornada dupla – ou até tripla – de trabalho. Essa experiência de ser mulher nos qualifica ainda mais para a atividade parlamentar”, argumenta a deputada, que está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados.
Entre as pautas de 2025, Talíria destaca o trabalho pelo meio ambiente como uma das prioridades. De olho na COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climática), que acontecerá este ano em Belém (PA), a deputada também assumiu o cargo de coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) Clima, na Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional.
“Uma das prioridades do mandato tem sido a pauta da justiça climática e a adaptação das cidades às mudanças do clima. Apresentamos o PL [projeto de lei] do Carvão, que busca justamente diminuir a emissão de gases de efeito estufa a partir do veto ao incentivo fiscal da indústria de produção de energia por carvão mineral”, explicou.