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Se você participou de um processo seletivo, provavelmente sentiu vontade de mandar uma mensagem para o recrutador questionando sobre as próximas etapas ou até sobre o resultado final.
Esse ato de entrar em contato com a empresa para se informar tem nome: follow-up (em português, pode ser entendido como “acompanhamento”).
Mas isso não é tão simples como parece; alguns cuidados são necessários na hora de falar com a companhia.
Antes, é preciso entender o que ficou combinado entre você e a empresa.
Se o entrevistador estabeleceu um prazo para dar um retorno, o mais indicado é esperar que ele se cumpra.
Entenda o processo. Contratações são trabalhosas. A empresa precisa analisar inúmeros currículos e candidatos, e a demora não necessariamente significa que você não foi aprovado.
- “Por incrível que pareça, essa falta de retorno não é porque a pessoa não passou. Às vezes o processo pausou, ou a vaga congelou porque o gestor saiu de férias” exemplifica Jaqueline Garutti, consultora de carreira.
Mas… Se o recrutador não apareceu até a data pré-estabelecida, entre em contato com ele para saber sobre os próximos passos.
↳ O mais indicado é esperar 48 horas. Além disso, Garutti recomenda que isso seja feito perto do fim do horário comercial, às 16h.
Sem prazo. E se, durante a entrevista, o profissional não informar uma data para dar retorno? Fale com ele em dois momentos: logo após o fim da dinâmica e uma semana depois da conversa.
Esse primeiro recado ainda não é o follow-up, e sim uma mensagem de agradecimento por participar do processo seletivo. A consultora de carreiras dá um exemplo:
- “Espero que essa mensagem lhe encontre bem. Gostaria de expressar minha sincera gratidão pela oportunidade de participar desse processo para a posição x. Foi um privilégio conhecer a empresa e a vaga. Agradeço pelo tempo e consideração que você teve com a minha candidatura. Independente do resultado, estou muito grata. E espero participar e ir para a próxima etapa. Conte comigo”.
Já o segundo contato é feito para questionar quando serão as etapas seguintes.
O prazo de sete dias demonstra entendimento sobre a complexidade das contratrações, interesse e disponibilidade por parte do candidato, explica Luana Lourençon, mentora de carreiras.
Hora de falar com o recrutador. E como fazer isso de forma profissional?
O primeiro passo é estabelecer o contato pelo mesmo canal utilizado por ele. Se você foi abordado pelo WhatsApp, email ou LinkedIn, faça a comunicação pela mesma ferramenta.
Não é indicado ligar para o celular ou telefone fixo. “Isso pode ser invasivo. Você não sabe como é a agenda daquela pessoa”, pontua Lourençon. Além disso, ligações podem atrapalhar o fluxo de trabalho do entrevistador.
A mensagem. Seja cordial, gentil e educado. Mostre que tem interesse em continuar no processo seletivo ou em entrar na vaga oferecida.
Tenha em mente que você não está falando com um amigo. “Use um português correto, sem abreviações, gírias ou jargões” diz Garutti.
Não demore para retornar o recrutador. Fazer ele esperar só porque você ficou aguardando um contato não demonstra maturidade, comenta a consultora de carreiras.
Veja exemplos de como fazer esse contato:
↳ “Olá fulano, tudo bem? Hoje completa os x dias de prazo que você me forneceu no processo seletivo. De qualquer forma, quero agradecer pela oportunidade de ter participado para posição x, foi um prazer conhecer você. Estou escrevendo para solicitar um feedback sobre a minha participação e saber se eu continuo para as próximas etapas. E te agradeço por considerar a minha solicitação, até mais”.
↳ Olá, fulano. Eu participei recentemente com você na etapa x, para o processo x. Gostei muito da nossa interação e eu gostaria de reiterar o meu interesse e disponibilidade para essa oportunidade.
Não se esqueça de indicar seu nome e o nome do recrutador, em que momento vocês conversaram, qual o prazo para retorno previamente estabelecido e a qual processo seletivo você está se referindo.
Dica extra: mesmo que a devolutiva seja negativa, agradeça a oportunidade e pergunte se é possível que ele lhe de um feedback sobre sua participação.
“O que eu poderia melhorar nos quesitos de postura e comportamento para as minhas próximas candidaturas?” é um exemplo de questionamento que pode ser feito e te ajuda a entender seus possíveis erros.
Conselhos de CEO
Profissionais em cargos executivos dão dicas para quem está em início de carreira
Sobre ele: é formado em publicidade pela PUC-RJ, com MBA Executivo em Gestão pela COPPEAD-UFRJ e OPM na Harvard Business School. Desde 2009 está no comando da Herbarium, indústria farmacêutica referência em Fitoterapia no Brasil.
Meu primeiro emprego… Comecei como vendedor de tênis em uma loja esportiva, a princípio, apenas para o período do Natal. Acabei ficando por mais tempo no cargo, pois me encantei com a atividade de vendas. Desde então, aprendi a lidar diretamente com clientes e também sobre a dinâmica e os processos envolvidos no varejo.
O que eu faria diferente… Como a minha carreira não foi planejada, acho que nada poderia ser diferente. Graças à prática da meditação transcendental, minha intuição me levou a cada um dos meus movimentos e me fez perceber a necessidade e o momento de iniciar e encerrar cada ciclo. Tudo se encaixou tão bem que, hoje, penso que, se algo tivesse sido diferente, eu talvez não fosse tão feliz com o que venho realizando e com o que ainda tenho para realizar. E, principalmente, por fazer o que gosto e trabalhar com o que acredito.
Um erro do qual não esqueço… Eu até citaria um específico, se tivesse sido algo tão relevante a ponto de me prejudicar ou a alguém de forma capital. Mas, por sorte, isso não aconteceu. O que posso afirmar com certeza é que foram muitos erros cometidos ao longo do tempo, principalmente em avaliação de negócios, contratação de pessoas, decisões precipitadas etc. Talvez eu tenha errado quase tanto quanto acertei, pois sempre fui um profissional ousado e tomador de riscos. Mas, no final, o importante é que os acertos sejam mais relevantes que os erros.
Uma habilidade essencial… Para citar apenas uma, sem dúvida, conhecer pessoas e gostar de lidar com elas. No final do dia, tudo que fazemos é sobre pessoas e através delas. Saber trabalhar em equipe, buscar o melhor de si e reconhecer o melhor de cada um. O profissional que quer seguir a carreira de líder, por exemplo, precisa, além disso, gostar de desenvolver pessoas e, principalmente, inspirá-las. A inspiração é a chave para a criatividade, a máxima produtividade e a felicidade no trabalho.
Um conselho para jovens profissionais… Nos primeiros anos de carreira, busque oportunidades onde possa aprender muito, a despeito da remuneração. Sempre procure expandir a visão para além da sua função e busque entender o negócio da empresa como um todo. Tão logo seja possível, procure trabalhar em uma empresa cujo propósito esteja alinhado aos seus próprios. Acreditar naquilo que se faz é a chave para produzir mais e melhor, integrando mente, espírito e coração.
