Carlos Petrocilo
Funcionários que trabalham na produção de conteúdo das redes sociais, emissora de rádio e TV Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) estão sem receber salários referente ao mês de abril, assim como os créditos para o vale-transporte e o vale-refeição e adotaram estado de greve em reunião nesta quinta-feira (8).
Os atrasos, segundo funcionários, tornaram-se corriqueiros neste ano. Também há relatos de atraso de parcelas do FGTS, pelo menos desde novembro de 2024.
São quase 120 profissionais contratados pela Fundac (Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação), responsável pela produção de toda a programação da TV Alesp há mais de uma década.
A Alesp diz que a empresa já foi penalizada anteriormente por descumprimento de contratos, entre os quais atraso no pagamento, e que também “tem histórico de atraso no envio da documentação legal —exigida em contrato— para conferência e recebimento” pelos serviços prestados.
Em abril, a empresa foi alertada sobre a falta na prestação de contas do comprovante de quitação de um parcelamento com a Receita Federal. “Sem a entrega de todos os documentos, a Casa não possui amparo legal para efetuar o pagamento da nota fiscal apresentada pela empresa”, afirma a Alesp.
A Fundac foi procurada, mas não se manifestou até a publicação deste texto.
Na segunda (12), uma reunião entre funcionários e representantes dos sindicatos dos radialistas e dos jornalistas (SJSP), no prédio da Alesp, poderá selar a paralisação das atividades.
A Alesp foi informada pelo SJSP, nesta sexta sob a possibilidade de greve e corre para apresentar uma solução. “No final do dia da última quinta-feira (8), a Fundac enviou nova documentação para a Casa, que será conferida para que o pagamento seja efetuado”, diz a Assembleia, em nota.
“Recebemos informação de que há funcionário sem almoçar. É uma vergonha o que a Fundac está fazendo, e nós entendemos que a Alesp deve ser corresponsável”, disse José Eduardo de Souza, secretário-geral do sindicato.
O contrato tem duração de 30 meses —vai até agosto deste ano— e renderá à fundação cerca de R$ 34,7 milhões, ao todo. A Alesp não respondeu se a empresa poderá ser contratada novamente, a partir de agosto.
A Fundac é uma entidade privada e sem fins lucrativos fundada por professores da ECA em 1999 —hoje as duas instituições não têm mais ligação.
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