Isso beneficiará as favelas? – DW – 18/03/2025

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O Emirados Árabes Unidos diz que quer levar mais dinheiro em Brasil No futuro, com investimentos focados no setor de matérias -primas e infraestrutura.

O valor total do investimento proposto é bastante notável: cerca de 100 bilhões de reais (€ 16 bilhões; US $ 17,4 bilhões) devem ir a projetos como a restauração de terras pastando, desenvolvimento industrial, exportação de produtos agrícolas, projetos de infraestrutura e defesa.

O investidor é o Fundo Soberano de Riqueza, Abu Dhabi Investment Group (ADIG).

Possível modernização de favelas

Atenção particular da mídia foi dada à idéia de modernizar as áreas metropolitanas de baixa renda na região de Baixada Fluminense, nos portões do Rio de Janeiro. Cerca de 3 milhões de pessoas vivem lá em favelas, geralmente sob condições precárias e mal conectadas ao centro da cidade.

As conversas entre investidores, o governo brasileiro e o governo do Estado do Rio de Janeiro foram sobre a criação de novas possibilidades de habitação no favelas e conectá-los melhor com o centro da cidade por meio de metrôs e trens de alta velocidade, disse o Zayed Bin Aweidha, CEO da Adig, ao The the O Estado jornal.

A idéia dos Emirados também tem uma motivação financeira: a longo prazo, os ingressos comprados por milhões de passageiros podem gerar receita. “É possível reestruturar e conectar cidades perto da capital do Rio de Janeiro com estradas, metrôs e trens de alta velocidade”, disse Zayed Bin Aweidha.

No final do ano passado, houve até uma reunião pessoal entre ele e o presidente do Brasil, Lulu da Silva.

Aprimorando os laços dos Emirados Árabes Unidos

As declarações de intenção de investir se encaixam em uma tendência que está emergindo há vários anos.

“Cerca de US $ 2,5 bilhões foram investidos na economia brasileira ultimamente”, disse o cientista econômico Rodrigues do think tank Fundacao Getulio Vargas (FGV) à DW. Segundo ele, os investimentos estavam concentrados principalmente nos setores de pesquisa e transição de energia.

“O Brasil é um país visto como central para a implementação prática da transição energética. E vemos um relacionamento entre o Brasil e os países árabes que amadureceu”, disse ele.

Ele disse que os dois lados agora estavam cooperando mais por causa disso. Segundo ele, o Brasil conseguiu manter seus antigos parceiros estratégicos e ganhar novos. Ele deu os exemplos de campeão do Brasil da Eu-MERCOSUR O acordo de livre comércio, por um lado, e sua recente extensão de seus laços econômicos com a Índia, por outro.

Felipe Rodrigues, um homem barbudo em óculos de pé em uma calçada, sorrindo na câmera
Felipe Rodrigues vê os investimentos prometidos como ajustando uma tendência atualImagem: Tobias Buyer/DW

Projetos de infraestrutura e energia

No final do ano passado, o Brasil e os Emirados Árabes Unidos assinaram duas declarações de intenção à margem do G20 summit in Rio de Janeiro que pretendem colocar os investimentos em uma base conjunta.

Segundo o governo brasileiro, os fundos devem ir para projetos estratégicos no Brasil – particularmente nas áreas de infraestrutura e energia.

“Há grandes chances no Brasil”, disse Mahamad Mourad, secretário-geral da Câmara de Comércio Arábica-Brasiliana (CCAB).

Setores econômicos importantes, incluindo infraestrutura, licenças para portos e aeroportos, energias renováveis, indústria agrícola, imóveis, defesa e outras áreas, oferecem boas oportunidades de investimento pelo Fundo Abu Dhabi, disse Mourad.

  O presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva, à direita, recebe o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos Sheikh Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, à esquerda, na frente de um pôster com uma grande foto de Rio de Janeiro
A cúpula do G20 no Rio de Janeiro viu a assinatura de dois acordos entre o Brasil e os Emirados Árabes UnidosImagem: Ricardo Stuckert/Palacio Do/Planet Pix via Zuma Press Wire/Picture Alliance

Quão realistas são as declarações?

A intenção declarada de modernizar as favelas, levando -as a um novo nível de desenvolvimento, desperta esperanças. Mas houve muitas promessas feitas no passado.

A esperança de que as pessoas nas favelas se beneficiassem da nova infraestrutura implementada para o 2016 Jogos Olímpicos e o 2014 Copa do Mundo da FIFA foi principalmente frustrado. As memórias também ainda estão atualizadas do escândalo de corrupção envolvendo a empresa de construção Odebrecht, no qual milhões foram pagos em subornos Em troca de projetos de construção de infraestrutura. Isso causou danos a longo prazo à confiança do público nos políticos do Brasil.

Mas para projetos em larga escala a serem realizados, também é necessário apoio público. Apesar disso, até hoje, o escândalo não foi atraído por um período próximo pelas autoridades da justiça brasileira. O atual governo sob o presidente Lula da Silva também demonstrou pouco interesse em fazê -lo.

Obstáculos burocráticos e políticos

Para as declarações de intenção entre os Emirados Árabes Unidos e o Brasil de se tornarem realidade, as incertezas burocráticas e políticas devem primeiro ser resolvidas, de acordo com o cientista econômico Felipe Rodrigues. E, ele disse, o Brasil tem que pensar a longo prazo.

“Os projetos nessa escala precisam de segurança para ir além do status de um anúncio”, disse ele. “Estamos falando de projetos que levarão de 15 a 20 anos ou pelo menos 10 anos”, disse ele, acrescentando que os maiores obstáculos atualmente eram de natureza burocrática.

Os dois lados são um passo mais avançado com projetos de mineração conjuntos. Em janeiro, os governos assinaram uma declaração de cooperação em “projetos de exploração, extração, processamento, refino e marketing de minerais, bem como a transferência da tecnologia árabe”.

Essa é uma perspectiva promissora para os dois países.

“Este acordo promove a inovação e a competitividade no setor de matérias-primas, especialmente para empresas pequenas e médias, e, assim, abre caminho para um futuro mais sustentável e globalmente integrado”, disse o ministro da Mineração e Energia Brasileiro, Alexandre Siveira.

No papel, pelo menos, os dois lados parecem estar se aproximando um do outro. Mas agora os parceiros devem cumprir suas promessas.

Este artigo foi adaptado do alemão.



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