Mortes: Militante, dedicou a vida à diversidade cultural – 04/05/2025 – Cotidiano

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Daniela Martins

Marielle Ramires foi uma mulher negra, comunicadora e ativista incansável, cuja vida foi dedicada à luta pela diversidade cultural, direitos socioambientais e justiça climática no Brasil.

Nascida em Cuiabá (MT), promoveu festivais como o “Grito Rock” e trabalhou para fortalecer a produção artística local e independente. Foi parte fundamental da expansão e consolidação do circuito “Fora do Eixo”, articulação de coletivos culturais brasileiros criada em 2005 para promover a circulação de produções artísticas pelo país.

Sua trajetória foi marcada pelo compromisso com os povos originários e a defesa da Amazônia e dos territórios tradicionais.

Participou ativamente de mobilizações como o Levante Pela Terra, em Brasília, e representou o Brasil em importantes espaços internacionais como a Cúpula do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), nos Estados Unidos, o Acampamento Antimineração, no Equador, sempre ao lado de lideranças indígenas.

Como consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, teve papel significativo na construção do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil no Brasil, oferecendo sua experiência como jornalista e ativista em comunicação, cultura e direitos humanos para articular redes e para promover o diálogo entre governos e sociedade civil.

Marielle também atuou na linha de frente pela equidade de gênero, integrando a rede ELLA, que articula feminismos em mais de 60 países, e promovendo, em 2018, a campanha de Sônia Guajajara, primeira mulher indígena a concorrer à Presidência da República no Brasil.

Sempre apostando no poder transformador da informação, trabalhou incansavelmente para construir narrativas inclusivas e que refletissem a diversidade e a riqueza cultural do país, o que a levou a participar, em 2011, da fundação da Mídia Ninja, dedicada a dar voz a narrativas marginalizadas e amplificar lutas sociais.

Marielle morreu na sexta-feira (29) após enfrentar um câncer no estômago. Entre os que fizeram manifestações públicas de despedida estão a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara; a presidente da Funarte, Maria Marighella; a ex-deputada federal Manuela D’Ávila; o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira e o cantor Caetano Veloso.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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