O bilionário Elon Musk, à frente da iniciativa radical de corte de gastos do governo federal dos Estados Unidos, sugeriu nesta quinta-feira (27) aumentar o salário de membros do Congresso americano e de “altos funcionários do governo” como uma forma de combater corrupção.
A fala de Musk, feita na rede social X, da qual é dono, vem em meio à demissão em massa de dezenas de milhares de servidores públicos por parte do Doge (Departamento de Eficiência Governamental) desde que Donald Trump assumiu a Presidência do país.
O Doge é a iniciativa criada por Trump e chefiada por Musk que busca cortar gastos e enxugar a máquina pública americana. Segundo levantamentos da imprensa do país, cerca de 30 mil pessoas foram demitidas, e a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que 75 mil servidores aceitaram participar de um plano de demissão voluntária oferecido pelo Doge.
No X, Musk publicou um vídeo de uma funcionária do Doge dando uma entrevista e disse que “pode fazer sentido aumentar a remuneração para o Congresso e altos funcionários do governo para reduzir o incentivo à corrupção, que pode ser mil vezes mais cara para o povo”.
Hoje, deputados e senadores americanos ganham US$ 174 mil por ano, o que equivale a R$ 1 milhão, ou cerca de R$ 85 mil por mês. Não há um aumento de salário ou correção monetária desde 2009. Em comparação, o salário de parlamentares brasileiros da Câmara e do Senado é de R$ 46.366,19 por mês, reajustado pela última vez no dia 1º de fevereiro deste ano.
Muitos congressistas americanos, tanto republicanos quanto democratas, são a favor de um aumento salarial, argumentando que um bom salário é a melhor maneira de atrair novos talentos para a política, levando em consideração o alto custo das campanhas eleitorais nos EUA.
Houve uma tentativa de fazer uma correção monetária nos salários dos parlamentares em dezembro do ano passado, mas a medida foi duramente atacada pelo próprio Musk, que escreveu no X que “qualquer congressista que vote a favor desta proposta escandalosa merece perder [seu assento]”. A proposta acabou derrubada.
