
“Para nós, como para Darwich, Mandelstam ou Szymborska, para Jorge Semprun, para Albert Camus, literatura, teatro ou arte, é um lugar de resistência”vem declarar, seus olhos nos olhos do público, O ator Micha Lescot. É nessa profissão de fé louvável, embora muito consensual, que termina Golemo show de Amos Gitai.
Dois anos depois de apresentar Casao cineasta e diretor israelense reinveste o Théâtre de la Hill, em Paris, com uma criação cujo assunto não é questionável, mas cuja forma envergonha. Inspirado na figura do Golem, a criatura de argila inventou para proteger a comunidade judaica, o artista traz uma dramaturgia costurada com grandes linhas, que gira do autor: um conto para filhos de filhos deIsaac Bashevis Singerbem como os discursos oficiais pronunciados pelo romancista quando ele recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1978 (“Por que o iídiche?” »»), textos tirados de Joseph Roth, Léon Poliakov e Lamed Shapiro, as biografias dos atores. Este continuum é precedido por um fragmento de Tsilidiretor do diretor filmado em 2014do romance deAharon Appelfeld.
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