O futuro de Bolsonaro após burlar as regras de Moraes

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Matheus Leitão

Alexandre de Moraes apertou o cerco contra Jair Bolsonaro após o ex-presidente fazer um ato político no Congresso Nacional usando a tornozeleira eletrônica como palanque. A narrativa do líder de extrema direita é a de que o aparelho é exemplo de humilhação e perseguição, mas o objetivo final é a eleição de 2026 que se avizinha.

“Covardia o que estão fazendo com [um] ex-presidente da República. Vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, afirmou antes de completar apontando para a tornozeleira: “Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação”.

Bolsonaro não pode se deixar morrer politicamente porque sua realidade jurídica é cada vez mais complicada. Na avaliação de parte do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente empilha provas contra ele mesmo ao usar o filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para atacar o governo Lula, a corte e o povo brasileiro com a ajuda de Donald Trump.

Mas o pior o mesmo — e mais grave para a justiça neste momento — é a forma como o líder da extrema direita resolveu desrespeitar as medidas cautelares impostas por Moraes, fingindo que não é bem assim. Aliás, uma marca de sua carreira política.

Vou dar apenas exemplos recentes, após sua vitória em 2018.

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Bolsonaro desrespeitou as regras na pandemia depois se dizia inocente. Disse claramente que iria interferir na Polícia Federal e depois negou que fizesse ingerência política na instituição. Defendeu a ditadura militar, medidas inconstitucionais e a tortura, mas diz agora que nunca quis dar um golpe de estado.

Ao pedir explicações, o ministro do STF resolveu desenhar para o ex-presidente o problema de sua aparição na Câmara dos Deputados. “A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares”.

E continuou: a proibição do uso de redes sociais “inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida”.

A ida dele à Câmara esteve em dezenas de perfis de aliados. Bolsonaro, então, burlou as regras. Agora é esperar para ver quais serão as explicações dos advogados e a decisão de Alexandre de Moraes.



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