O que está por trás do “pouco caso” do União Brasil com sucessão nos Correios

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Ricardo Chapola

No passado, quando as emendas parlamentares ainda não ditavam as relações na política, os altos cargos  da máquina pública tinham valor estratégico para o presidente de turno, que os utilizava para conquistar apoio no Congresso. Hoje, empoderados pelos altíssimos valores do Orçamento que podem enviar a seus redutos eleitorais, deputados e senadores dão mostras de que os postos de comando em estatais não possuem mais o mesmo apelo de antes. O caso dos Correios é exemplar.

A estatal era presidida até recentemente por Fabiano Silva. O advogado pediu demissão, segundo pessoas próximas a ele, porque estaria sendo pressionado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), a promover mudanças de gestão com as quais ele não concordava.

Os Correios registraram um prejuízo de 1,7 bilhão de reais apenas no primeiro trimestre deste ano. Além disso, o Planalto queria o cargo para entregá-lo ao União Brasil — uma forma de atrair uma parcela do partido para a coalizão governista.

O posto foi disponibilizado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para que ele indicasse algum correligionário para ocupá-lo. Porém, ninguém se apresentou até o momento para assumir a função — e por mero desinteresse.

Alguns políticos consultados relataram que, apesar da projeção que o cargo permite, assumir hoje uma estatal endividada e cheia de problemas como os Correios rende mais ônus do que bônus político.

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O União Brasil, porém, não quer perder a oportunidade. Alcolumbre transferiu para a cúpula do partido a tarefa de encontrar um nome que aceite assumir o cargo.

O “problema” chega no meio de um embate. Uma ala importante do União Brasil defende que o partido entregue imediatamente os cargos que já ocupa no governo — os ministérios Turismo, Comunicações e Integração — e assuma uma posição de independência em relação ao Planalto de agora em diante.

De olho nas eleições do ano que vem, o União Brasil formou uma federação com o PP, partido que integrou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com isso, as duas legendas terão juntas uma bancada de 123 parlamentares.

O projeto político do partido não descarta a possibilidade de uma candidatura própria para a disputa presidencial do ano que vem. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, inclusive, já está em plena campanha.



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