Políticos da Baixada Fluminense são condenados por…

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Lucas Mathias

A Justiça Eleitoral condenou o deputado federal Carlos Roberto Rodrigues, conhecido como Bebeto (PP/RJ), o deputado estadual do Rio Valdecy da Saúde (PL) e o ex-prefeito Doutor João (PL) por abuso de poder econômico e político, pela contração de uma quadrilha que organizava teatros nas ruas durante as eleições municipais, para difamar candidatos adversários. Com isso, foi declarada também a inelegibilidade do trio por oito anos, a partir de 2024, quando os crimes aconteceram. A decisão foi assinada nesta segunda-feira, 26, pela juíza Renata Travassos Medina de Macedo, da 88ª Zona Eleitoral, localizada na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde os políticos têm domicílio. 

O trio foi denunciado após investigação da Polícia Federal. De acordo com a corporação, o grupo contratado pelos políticos durante as eleições do ano passado simulava uma encenação nas ruas de São João de Meriti, em que difamava seus adversários no pleito com “fake news”. A intenção, com isso, era propagar essas notícias falsas entre os eleitores da cidade e, assim, enfraquecer a oposição nas urnas. 

O deputado estadual do Rio Valdecy da Saúde (PL) (Reprodução/Instagram)

No pleito municipal, Valdecir Dias da Silva, o Valdecy da Saúde, era candidato a prefeito e tinha Bebeto como vice em sua chapa. A dupla era apoiada por Doutor João (PL), que à época era o prefeito local. Na decisão, a juíza afirma que a análise probatória do caso revelou “a existência de um esquema estruturado de abuso de poder”, orquestrado durante essa gestão, que contava com a coação de servidores, o repasse irregular dos vencimentos de funcionários nomeados e seus substitutos, além da “propagação coordenada de notícias falsas”. 

“A “Operação Teatro Invisível” revelou a existência de organização criminosa atuando sob a fachada da administração pública, visando comprometer o pleito com táticas de desinformação, propaganda negativa e promoção indevida de um dos candidatos”, diz trecho da decisão, que faz referência à ação deflagrada pela Polícia Federal.  

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Outros alvos 

A operação da PF, contudo, não se restringiu aos políticos de São João de Meriti. Uma segunda fase da ação, deflagrada em abril, mirava endereços em Cabo Frio (RJ), Itaguaí (RJ), Mangaratiba (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Juiz de Fora (MG). Na ocasião, entre os alvos, estavam outros políticos, casos do prefeito Dr. Serginho (PL), o ex-alcaide Rubem Vieira, o Rubão, além de Aarão (PP) — todos, candidatos ao Executivo em 2024, em cidades do estado do Rio. Dessa lista, apenas Serginho foi eleito. 

De acordo com as investigações, foram identificados indícios de uso de recursos não declarados à Justiça Eleitoral para beneficiar candidatos nas eleições de 2024. Há ainda indícios, segundo a corporação, de que o grupo criminoso destruiu provas armazenadas, principalmente, em meios digitais, para evitar a responsabilização criminal de seus membros. 



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