Marzia Nicolini
TUsed nas colinas entre Bertinoro e Cesena, a casa de Marcantonio Raimondi Malerba não é apenas um lugar para morar, é uma prova da fusão perfeita de arte, natureza e design. Para o célebre escultor, artista e designer, cujas criações caprichosas cativaram o mundo do design, este santuário é um refúgio e uma fonte contínua de inspiração.
“Quando visitei a terra pela primeira vez, fiquei impressionado com sua beleza natural”, lembra ele. “O terreno tinha uma forma peculiar-um colina quase perfeitamente retangular. Como eu explorei, dois cervos passeavam, um encontro quase mágico. Esse era o momento em que eu sabia que construiria meu atelieiro doméstico aqui”.
Essa conexão com a natureza é tecida em todos os aspectos de sua casa, um conjunto de volumes brancos minimalistas que se elevam organicamente da paisagem. “Eu queria um lar que ressoava com o meio ambiente, em vez de se impor”, explica ele. “Ao mesmo tempo, eu queria que ele refletisse meu trabalho, como uma escultura.” O resultado? Uma estrutura de formas puras e essenciais, onde a arquitetura em si é um estudo em equilíbrio e restrição. Os telhados brancos de telha de concreto se misturam nas paredes, criando um efeito monolítico, enquanto superfícies de vidro amplas são bem-vindas em vistas incríveis.
O layout também não é convencional. O interior é projetado não como uma massa singular, mas como uma série de espaços interconectados, lembrando uma pequena vila. “Adorei a idéia de várias casas pequenas, em vez de uma grande entidade. Isso criou uma série de cantos íntimos e pitorescos, cada um com seu próprio jogo de luz e sombra”, diz ele.
Uma passagem de vidro conecta a residência particular ao seu estúdio, oferecendo um espaço liminar entre trabalho e vida, contemplação e criação. Do terraço, a vista derrama para o campo de Romagna. “Viver aqui é um diálogo constante com a natureza”, diz Marcantonio. “Eu até coloquei uma banheira ao ar livre e um banho no terraço, inspirado nas minhas viagens na Indonésia, então nunca perco a sensação de estar do lado de fora.”
O jardim circundante é outra de suas paixões: “Não quero que se sinta muito projetado. A natureza deve ter a sua opinião”, diz ele.
Entrando dentro de casa que ele compartilha com seu parceiro, a ilustradora Alessandra Bruni, percebe imediatamente como os interiores refletem sua filosofia artística: um espaço onde a simplicidade crua e escultural encontra o ecletismo com curadoria. “Sempre fui atraído pelos interiores gritantes e ensolarados de Puglia e Grécia, onde White domina e os objetos são escolhidos com intenção artística”, diz ele. Sua própria casa segue esse ethos, agindo como uma extensão de seu universo criativo. Aqui, as paredes brancas ficam em branco, pontuadas por peças que contam histórias: uma cadeira de gorila e Pouf de Scarlet Splendoro sofá confortável e o envio de baú de armazenamento de porco de Selecioneuma mesa de flores de madeira artesanal. “Todo objeto tem significado, seja uma peça que eu projetei ou algo que encontrei em um mercado de pulgas. Eu os vejo como personagens em uma narrativa coletiva.”
“O que eu amo é o objeto mágico, uma peça especial e única que carrega uma história, uma idéia e um significado intrínseco”, diz ele. “Um objeto que, para aqueles que o possuem ou para aqueles que podem realmente vê -lo, mantém um valor muito além do seu mercado. Não faço uma forte distinção entre arte e design; o que faço é procurar o aspecto artístico no design e tornar funcional o que contemplar.”
A área de jantar é um estudo de contrastes: uma mesa de carvalho robusta construída por um amigo, cercado por cadeiras tradicionais de Romagnolo Osteria e um banquinho africano. Acima, na sala de estar, o Lâmpada de Karman Plancton lança um brilho etéreo. “Adoro a mistura de influências, do artesanato local a inspirações globais. Não há estilo único, apenas camadas de lembranças e contaminações artísticas”.
Talvez a peça mais pessoal da casa seja um velho banco de madeira de seu quarto de infância, agora reaproveitado como parte da decoração. “Cada objeto tem uma história, uma presença. É isso que une tudo”, ele reflete. “O design, para mim, nunca é apenas sobre estética, é sobre contar histórias.” E assim, neste refúgio escultural branco, Marcantonio continua a criar, sonhar e brincar – cercado pela natureza, memória e o espaço tranquilo e sem limites, onde a arte e a vida se entrelaçam.
Para mais informações, vá para Marcantonio.it