Washington
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta quarta-feira (19) que é “possível” chegar a um acordo comercial com a China, alvo chave de sua política tarifária, à qual já impôs tarifas adicionais de 10% sobre todos os produtos.
Trump, que falou sobre o assunto com jornalistas a bordo do avião presidencial, também relembrou que em 2020, os EUA haviam alcançado “um grande acordo comercial com a China”.
Entre Washington e Pequim “há um pouco de competição, mas a relação que tenho com o líder Xi [Jinping] é, eu diria, excelente”, acrescentou o mandatário republicano.
No início de fevereiro, impôs uma tarifa adicional de 10% sobre todos os produtos importados da China. Pequim retaliou com taxas de 15% sobre o carvão e o gás natural liquefeito e de 10% sobre o petróleo e outros bens como maquinário agrícola ou veículos.
A China é o país do mundo com maior superávit comercial com os EUA, de US$ 295,4 bilhões em 2024, de acordo com o Escritório de Análise Econômica, dependente do Departamento de Comércio americano. Segundo dados das alfândegas chinesas, os EUA receberam quase 15% das exportações do gigante asiático em 2024.
Questionado nesta quinta-feira (20) sobre as declarações de Trump, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, tentou minimizar a tensão.
“As guerras comerciais e tarifárias não produzem vencedores e apenas prejudicam os interesses dos povos de todo o mundo”, disse.
“Ambas as partes deveriam resolver suas preocupações respectivas através do diálogo e da consulta, baseados na igualdade e no respeito mútuo”, acrescentou.
Trump também anunciou em fevereiro tarifas de 25% contra o México e o Canadá, seus vizinhos e parceiros comerciais no tratado T-MEC, ao criticar que não faziam o suficiente para deter a migração irregular e o tráfico de fentanil, embora tenha concordado em adiá-las por um mês enquanto negocia com esses governos.
Além disso, planeja impor novas taxas de 25% sobre as importações de aço e alumínio de todos os seus parceiros comerciais, bem como outras “tarifas recíprocas”.