Trump volta a atacar presidente do Fed e pede juros baixos – 21/04/2025 – Mercado

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A economia dos Estados Unidos pode passar por uma desaceleração se a taxa de juros não for reduzida imediatamente, afirmou o presidente Donald Trump nesta segunda-feira (21), em mais uma postagem crítica ao dirigente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell.

“Com esses custos tendendo tão bem para baixo, exatamente o que eu previ que eles fariam, quase não pode haver inflação, mas pode haver uma DESACELERAÇÃO da economia, a menos que o Sr. Too Late [tarde demais, em tradução literal], um grande perdedor, reduza as taxas de juros, AGORA”, escreveu na Truth Social.

A declaração se soma a outras críticas recentes de Trump a Powell, a quem tem ameaçado de demissão por conta da política monetária do Fed. Na sexta-feira, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, chegou a dizer que o desligamento está sendo estudado pela equipe do republicano.

A taxa de juros de referência do banco central está na faixa entre 4,25% e 4,50% desde dezembro, após vários cortes no final do ano passado. Trump e sua equipe têm pressionado para que o Fed retome os cortes, barateando o custo do crédito nos Estados Unidos.

O BC, no entanto, está atento à inflação, monitorando potenciais impactos sobre os preços das tarifas sobre importações impostas pelo atual governo —economistas dão como certo o repasse da alta de custos para o consumidor final.

Na semana passada, Trump acusou o presidente do Fed de “fazer política” por não reduzir a taxa de juros e afirmou que tem o poder de tirá-lo do cargo “muito rapidamente”. Ele ainda disse que a saída de Powell “não poderia estar demorando mais” e que o banco central “deveria ter reduzido a taxa de juros, como o BCE [o Banco Central Europeu], há muito tempo”. Em sua visão, Powell está “sempre atrasado e errado”.

As declarações de Trump têm alimentado preocupações sobre a autonomia do Fed, um banco central independente das gestões presidenciais. Os temores já contaminam os mercados, com o índice de referência dos EUA, o S&P500, caindo mais de 2% nesta segunda.

As críticas se acirraram após Powell ter dito em um evento no Clube Econômico de Chicago, na quarta-feira passada, que era obrigação do BC garantir que “um aumento pontual no nível de preços não se transforme em um problema inflacionário contínuo”. Ele também afirmou que a “independência do Fed é amplamente compreendida e apoiada em Washington e no Congresso, onde realmente importa“.

Conforme o entendimento atual estabelecido pela Suprema Corte, o presidente não tem o poder de demitir diretores de agências reguladoras, categoria que abrange o BC.

“Por lei, o presidente não pode demitir um diretor do Fed, exceto ‘por justa causa’, um termo legal que significa que ele teria que demonstrar que a pessoa cometeu alguma irregularidade”, explica David Wessel, diretor do Centro Hutchins de Política Fiscal e Monetária, em um artigo para o Instituto Brookings.



Leia Mais: Folha

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