Projeto tenta tornar maconha apreendida em biocombustível – 04/04/2025 – Ciência

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Phillippe Watanabe

Um projeto ainda estágio inicial no Pará pretende, eventualmente, reaproveitar maconha apreendida, evitando sua simples destruição. A ideia, que ainda precisa passar por diversos estágios até se concretizar, é transformar a droga em biocombustível e outras substâncias com potencial de uso.

Fazem parte do projeto a Polícia Federal, a UFPA (Universidade Federal do Pará) e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

O destino das drogas apreendidas pela polícia é a destruição. Nélio Teixeira Machado, professor da UFPA, cita que existem custos envolvido em armazenagem, segurança e queima da maconha apreendida. Dessa forma, uma transformação do material poderia dar um fim mais nobre às apreensões.

Há cerca de um ano e meio, o perito da Polícia Federal Antônio Canelas, doutorando orientado por Machado, trabalhava com casca de cacau para produção de biogás, bio-óleo e biocarvão. Foi então que surgiu a ideia: por que não tentar fazer o mesmo para Cannabis, considerando os montantes que são apreendidos pela polícia?

“Existe uma diferença conceitual”, afirma Machado. “Evidentemente a casca do cacau não é um material apreendido.”

Diz o pesquisador da UFPA que, fora isso, a grosso modo, há características semelhantes. Vale destacar também que a ideia se aplica somente à maconha, por se tratar de um composto orgânico e, por isso, passível de potencial transformação em outros produtos.

Machado, que tem trabalhos com outros tipos de biomassa, especialmente oleaginosas amazônicas, afirma que desconhece outros projetos com uso de Cannabis para tal fim.

Por se tratar de um produto fruto de apreensão, para a realização do projeto é necessária autorização da polícia. O caminho, porém, tem sido um pouco mais fácil graças ao perito da Polícia Federal que compõe o projeto.

Os experimentos têm sido realizados nos laboratórios da própria polícia, diz Machado.

Mas o caminho ainda pode ser longo para o projeto de pesquisa em questão. “Foi montado todo o aparato para realizar os experimentos. Está na fase de analisar o bio-óleo e o biocarvão”, diz o pesquisador.

Depois de feita a caracterização, em um segundo momento, vem a análise de escalonamento e viabilidade econômica —afinal, existe um custo no processo de transformação, com necessidade, por exemplo, de um reator de pirólise, responsável pelo processo.

Agora os pesquisadores estão buscando parcerias de financiamento para dar continuidade ao projeto.



Leia Mais: Folha

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