Vitor Hugo Batista
Uma partida de futebol amador no Parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo, terminou em prisão após um dos jogadores ser acusado de injúria racial pela suposta vítima e por visitantes do parque.
Segundo testemunhas, um homem branco teria ofendido um jogador negro, identificado como Richarlys Chagas, 33, coordenador de inteligência em negócios, com insultos racistas e homofóbicos, além de cuspir em seu rosto. A briga aconteceu neste sábado (24).
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a Polícia Militar prendeu um homem de 24 anos “após xingamentos racistas a outros três homens”.
A segurança privada do parque teria detido o autor da ofensas, que “chegou a agredir fisicamente um dos homens”, até a chegada dos policiais, de acordo com a SSP.
O caso foi registrado como preconceito de raça ou cor, injúria, ameaça e lesão corporal no 27º Distrito Policial. A delegacia não divulgou o nome do envolvido, e a reportagem não conseguiu contato com a defesa do homem detido.
O incidente ocorreu por volta das 12h, quando o grupo jogava futebol em uma das quadras do parque. Chagas teria reclamado que o homem não estava passando a bola, o que o irritou.
O agressor teria se exaltado e chamado Chagas de “macaco”, “viado”, “favelado” e “lixo”, além de cuspir em seu rosto. O suposto agressor disse que era advogado e que iria “acabar com vocês”, segundo o boletim de ocorrência.
No documento, Chagas afirmou que não sofreu lesão e que deseja ver o acusado “processado criminalmente”. Disse também que se esquivou do homem várias vezes, “evitando contato físico”.
O agressor também teria, aos gritos, tentado afastar as pessoas que assistiam ao jogo, que de lá não saíram. Algumas foram empurradas, e uma criança recebeu um chute dele, conforme Chagas relatou à polícia.
Outros jogadores intervieram, e uma briga generalizada teve início. O suposto agressor foi contido por vários presentes e saiu do local sangrando. A segurança do parque foi acionada e, ao chegar, conduziu os envolvidos até a pista de caminhada, onde uma multidão se formou e passou a gritar “racista”.
Relatos indicam que o suposto agressor estava acompanhado de seu filho de 12 anos, que teria fugido do local e ligado para a mãe, que o aguardava em um dos portões do parque.
A PM (Polícia Militar) foi acionada e conduziu o suposto agressor, Chagas e outras duas vítimas à delegacia para prestar depoimento e fazer o boletim de ocorrência.