Harvey Weinstein, condenado por estupro e agressão sexual em 2017, passa por um novo julgamento após o primeiro ser anulado. Nesta terça-feira (3), sua defesa alegou, nos argumentos finais, que era o ex-produtor de Hollywood quem foi abusado pelas supostas vítimas.
O advogado, Arthur Aidala, afirmou que todas as relações sexuais de Weinstein foram consensuais. “Ele é quem está sendo abusado aqui”, disse, ao apontar que o réu pagou pelos voos e outras despesas das mulheres que o acusam.
O argumento final buscou destacar inconsistências ou lacunas no testemunho das acusadoras, e indicou o fato que elas teriam mantido contato com o ex-produtor após o suposto abuso.
Segundo a defesa, as supostas vítimas mentiram por fama e dinheiro, e que usaram o réu para “furar a fila” na indústria do entretenimento. “São todas mulheres com sonhos quebrados”, afirmou. “Elas estão com raiva até hoje”.
Já a promotora, Nicole Blumberg, afirma que o réu usou seu status de “titã na indústria do entretenimento” para “dominar física e emocionalmente” pessoas como as acusadoras.
“A defesa não é a vítima neste caso –e sugerir o contrário é ofensivo”, disse Blumberg. O argumento final da acusação continua nesta quarta-feira (4).
A condenação prévia, que sentenciou-o a 23 anos de prisão, foi anulada no Tribunal de Apelações de Nova York após um erro legal –o julgamento incluiu o testemunho de três acusadoras adicionais, quando não deviam ter sido permitidos.
Weinstein é acusado de agressão sexual, por duas mulheres, e de estupro, por uma. Ele se declarou inocente de todas as acusações.
O ex-produtor também foi condenado em 2022 em Los Angeles, por estupro, e sentenciado a 16 anos de prisão.



