Matheus Leitão
A inflação dos alimentos começa a desacelerar, e essa mudança pode representar um raro respiro para o governo Lula. No entanto, economistas apontam que esse alívio vem da safra abundante do setor agropecuário, e não de medidas diretas do governo.
Produtos essenciais como arroz, feijão e carne já registram quedas de preço, tendência que deve se intensificar a partir de março.
Paralelamente, o governo zerou as tarifas de importação de nove alimentos, incluindo azeite, milho e carnes, alegando combater a inflação.
Preço baixo, aprovação alta? Não é bem assim…
Especialistas alertam que a retirada de tarifas de importação terá impacto limitado nos preços, já que os impostos estaduais, como o ICMS, seguem elevados. O principal fator da queda nos preços ainda é a produção interna do agronegócio.
Como diz o ditado popular, ‘papagaio come milho, periquito leva a fama’. Enquanto a safra farta de 2024 ajuda a reduzir a inflação dos alimentos, o governo implementou a redução de tarifas de importação para conter os preços.
Mas, ironicamente, mesmo sendo beneficiado por esse cenário, o agronegócio continua reclamando de políticas públicas enquanto se beneficia da queda da inflação.
De novo, como diz o ditado popular, ‘papagaio come milho, periquito leva a fama’: o governo age, mas o agro ganha o crédito. Historicamente, a queda na inflação dos alimentos poderia significar uma recuperação na aprovação de um governo, mas, até agora, esse não parece ser o caso.
A reprovação de Lula atingiu 53%, o pior índice do último ano, segundo pesquisa recente.
A questão central é: essa mudança nos preços será suficiente para conter a insatisfação popular?