Gustavo Maia
Anunciada na noite desta terça-feira pelo próprio Juscelino Filho, em uma carta aberta, a demissão do ministro das Comunicações foi publicada na edição desta quarta do Diário Oficial da União.
A exoneração, “a pedido”, foi assinada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, já que o presidente Lula viajou nesta terça para Honduras, onde participa logo mais da reunião de Cúpula de chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac. O petista deverá chegar em Brasília na madrugada desta quinta.
Enquanto isso, o Ministério das Comunicações está sendo comandado interinamente pela secretária-executiva da pasta, Sônia Faustino, que ocupa o cargo desde janeiro de 2023.
Demissão
Juscelino Filho pediu seu “desligamento do cargo” a Lula depois de ser denunciado pela PGR ao STF por suspeita de desvio de emendas parlamentares para obras no interior do Maranhão. Ele retomou o mandato de deputado federal, do qual estava licenciado desde que assumiu o ministério das Comunicações, no início do governo.
O agora ex-ministro foi indiciado pela Polícia Federal em junho do ano passado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A investigação se refere ao mandato de Juscelino na Câmara, e não tem relação com sua atuação na Esplanada.
O caso envolve repasses para Vitorino Freire, cidade comandada por Luanna Rezende, irmã do ministro. O processo é sigiloso e está sob relatoria do ministro Flávio Dino no Supremo.
“Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando”, diz Juscelino no início da carta.