Isabella Menon
A causa da morte da menina Sarah Raíssa Pereira de Castro, 8, no Distrito Federal, ainda não foi esclarecida. A principal suspeita é que tenha acontecido em decorrência do chamado desafio do desodorante, que vem circulando na rede social — ela deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia após inalar o gás de um desodorante aerossol, o que teria provocado uma parada cardiorrespiratória.
Em um primeiro momento, o TikTok foi apontado como a plataforma em que a menina teria acessado esse conteúdo. A plataforma afirma que não foi notificada e que não há evidência de que este seja um desafio “específico do TikTok“. Durante o velório de Sarah, uma tia dela, Kelly Luane, afirmou em entrevista a jornalistas que a plataforma mais usada pela sobrinha era o Kwai.
“Conversem com as crianças nas escolas. Que seja punido o usuário que postou aquele vídeo, que ele responda porque assassinou uma criança. Ela só assistia ao Kwai, não tinha TikTok, não tinha Facebook, era só Kwai.”
Em nota, a empresa lamenta a morte de Sarah e diz que, assim que tomou conhecimento da circulação do conteúdo em questão, iniciou uma investigação interna e adotou medidas imediatas para a remoção do material, com atuação ativa da equipe de segurança digital.
O Kwai argumenta que o desafio identificado teve origem em outras plataformas, mas não cita quais. Também diz que, até o momento, não há informações oficiais que confirmem a relação direta do caso com o aplicativo.
“A empresa reforça que o uso da plataforma por crianças menores de 13 anos não é permitido e segue comprometida com um ambiente digital seguro, especialmente para o público jovem, além de se manter à disposição das autoridades para mais esclarecimentos”, conclui a plataforma por meio de nota.
A reportagem questionou a Polícia Civil do Distrito Federal nesta quarta-feira (16), porém não obteve retorno sobre o andamento das investigações e qual plataforma a menina teria usado no dia do acidente. O caso de Sarah, morta do último domingo (13), ainda não foi esclarecido.
Na segunda-feira, a polícia afirmou que o celular usado pela menina foi encaminhado para a perícia. O delegado à frente do caso, Walber José de Sousa Lima, afirma que tenta identificar quem criou esse conteúdo e quem o replicou.
Lima diz que, se encontrados, os responsáveis podem responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado, com penas de até 30 anos de reclusão.