Dino autoriza prisão de turco que faz oposição a Erdogan – 30/04/2025 – Mônica Bergamo

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O empresário turco naturalizado brasileiro Mustafa Goktepe, 47, foi preso na manhã desta quarta-feira (30) pela Polícia Federal em cumprimento a pedido de extradição do governo da Turquia. Ele foi preso de forma cautelar e o STF irá examinar o pedido de extradição.

Goktepe, que mora no Brasil há 20 anos, é dono de uma cadeia de restaurantes turcos e coordena duas escolas. Ele é membro do movimento Hizmet, organização ligada ao clérigo muçulmano Fethullah Gülen, morto em 2024 no exílio nos EUA. Gulen era um ex-aliado que virou desafeto do presidente Recep Tayyip Erdogan e o Hizmet é hoje considerado terrorista por seu governo.

O governo da Turquia acusa o Hizmet de ter se envolvido na tentativa de golpe contra Erdogan em 2016.

Goktepe é acusado pelo governo turco de fazer parte de uma organização terrorista. ele é casado com uma brasileira e tem duas filhas, de 8 e 13 anos, nascidas no Brasil. Ele foi naturalizado brasileiro em 2012.

“O pedido do governo turco é mais um triste episódio de perseguição por opinião pública”, afirma o advogado Beto Vasconcelos, que atua na defesa de Goktepe.

“O movimento político do qual se alega que Mustafa faz parte é reconhecido como legítimo por todos os países do mundo e pela ONU”, prosseguiu. “Nós estamos tomando providências para um pedido de revogação da prisão com a confiança de que o STF, assim que tiver a conhecimento dos fatos pela defesa, o fará.”

Trata-se do terceiro pedido de extradição do governo turco contra membros do movimento Hizmet no Brasil. Os dois outros foram indeferidos pelo STF.

A ordem de prisão cautelar veio do ministro do STF Flávio Dino.

Em 2019, o governo turco pediu a extradição do turco naturalizado brasileiro Ali Sipahi, também do movimento Hizmet e sócio de Mustafá em restaurantes. Ele foi preso de forma preventiva, mas teve seu pedido de extradição indeferido pelo STF por unanimidade.

Em 2022, o STF negou pedido de extradição de outro membro do Hizmet,

O empresário Yakup Sagar, também acusado de terrorismo pelo governo turco.

O presidente culpa os seguidores de Gülen pela tentativa frustrada de golpe que deixou 250 mortos e 2.000 feridos. O clérigo, que ficou exilado nos EUA entre 1999 e 20224, ano de sua morte, negava qualquer participação.


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