Julia Chaib
O Departamento de Estado, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, anunciou nesta terça-feira (28) que vai restringir o acesso aos Estados Unidos para quem “censurar” americanos.
O anúncio não cita o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mas aliados bolsonaristas avaliam que ele, assim como outros integrantes da Polícia Federal e do Judiciário, serão atingidos pela restrição de vistos.
Na declaração, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirma que a liberdade de expressão é bem valorizado pelos americanos.
“Hoje estou anunciando uma nova política de restrição de vistos que será aplicada a cidadãos estrangeiros responsáveis por censurar expressões protegidas nos Estados Unidos. É inaceitável que autoridades estrangeiras emitam ou ameacem emitir mandados de prisão contra cidadãos ou residentes dos EUA por postagens em redes sociais feitas em plataformas americanas enquanto estiverem fisicamente presentes em solo americano.”
“Também é inaceitável que autoridades estrangeiras exijam que plataformas de tecnologia americanas adotem políticas globais de moderação de conteúdo ou se envolvam em atividades de censura que ultrapassem sua autoridade e interfiram nos Estados Unidos”, completou o secretário dos EUA.
Como mostrou a Folha, Eduardo Bolsonaro atua nos Estados Unidos desde a posse de Donald Trump, em janeiro, para que o governo americano puna Moraes pelo que ele vê como ataques contra a liberdade de expressão de empresas, como X e Rumble, e pessoas em solo americano, como Allan dos Santos.
Na semana passada, essa possibilidade passou a ser tratada com mais seriedade pelos aliados do presidente Lula (PT) depois que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou em uma audiência no Congresso que é “grande a possibilidade” de sanção ao ministro do STF.
O governo brasileiro tem tratado essa hipótese como um ataque à soberania do Brasil. Questionado se isso não poderia ser um problema para o próprio país, Eduardo diz que cabe a Lula decidir se ampliará o embate com o governo dos EUA caso as sanções a Moraes se confirmem, como é tendência hoje.