A reitora interina da Universidade Columbia, Katrina Armstrong, decidiu renunciar depois de cortes de verbas à instituição feitos pelo governo de Donald Trump, de acordo com o jornal The Wall Street Journal.
Segundo a publicação, Katrina estava pressionada devido a exigências e acusações contra a universidade feitas pelo governo. Claire Shipman, copresidente do conselho da instituição, deverá ocupar o posto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no último dia 7 o cancelamento de US$ 400 milhões, cerca de R$ 2,3 bilhões, em verbas para a universidade, de Nova York, por suposta omissão frente ao antissemitismo em protestos estudantis contra a guerra na Faixa de Gaza e o apoio de Washington a Israel.
As verbas representam 8% do valor de US$ 5 bilhões que deve ser repassado à instituição pelo governo federal nos próximos anos e dizem respeito principalmente a contratos de prestação de serviço e financiamento a pesquisa.
Em 2024, Columbia teve receita de US$ 6,6 bilhões, a maior parte arrecadada com mensalidades e cobranças médicas de seus hospitais universitários. Já os gastos foram de US$ 6,3 bilhões. Além disso, a instituição possui US$ 14,8 bilhões no seu fundo mantenedor, entre bens e valores investidos.
Em resposta ao corte, a universidade concordou, na semana passada, com uma série de exigências feitas pelo governo como condição para recuperar os US$ 400 milhões em financiamento federal.
A instituição se comprometeu, entre outras medidas, a proibir máscaras faciais no campus, a empoderar agentes de segurança para remover ou prender indivíduos na universidade, e a retirar o corpo docente do controle do departamento que oferece cursos sobre o Oriente Médio.
Já no último fim de semana, Katrina participou de reuniões com professores com o objetivo de esclarecer o acordo. Alguns dos docentes manifestaram preocupação com o fato de a reitora interina minimizar as mudanças, segundo o The Wall Street Journal. Afirmaram ainda que ela transmitiu informações confusas.
Katrina havia substituído a reitora Minouche Shafik, que renunciou quatro meses após eclodir uma onda de protestos contra o apoio dos EUA a Israel na guerra contra o Hamas.