Irã: Putin envia aviões de auxílio após explosão em porto – 27/04/2025 – Mundo

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou o envio deaviões ao Irã para ajudar a lidar com as consequências de uma explosão no porto iraniano de Bandar Abbas, de acordo com o Ministério de Emergências neste domingo (27). O número de mortos subiu para 28 e o de feridos ultrapassa mil.

Putin expressou condolências pelas vítimas e, segundo o Kremlin, transmitiu “palavras de sincera simpatia e apoio às famílias das vítimas, bem como seus votos de recuperação a todos os feridos.”

O Ministério de Emergências afirmou que uma aeronave anfíbia especializada em combate a incêndios, além de um avião de transporte militar, seriam enviados ao Irã para prestar assistência.

A explosão ocorreu no sábado (26) no porto de Shahid Rajaee, no sul do Irã, próximo ao estreito de Ormuz, rota de 85% das mercadorias iranianas e de um quinto da produção mundial de petróleo.

Cerca de 20 horas após a detonação, um correspondente da televisão estatal informou, do local, que o incêndio estava controlado, mas ainda não havia sido extinto.

O diretor do Crescente Vermelho iraniano, Pirhossein Kulivand, ofereceu um novo balanço de 28 mortos e mais de mil feridos, em um vídeo publicado no portal oficial do regime.

Alguns dos feridos foram transferidos para Teerã, a capital persa situada a mais de 1.000 quilômetros de distância, para receberem atendimento, afirmou Kulivand.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, está a caminho da região para avaliar a situação após a explosão, de acordo com a televisão estatal.

Imagens ao vivo na TV local neste domingo mostraram densa fumaça preta ainda pairando sobre o local da explosão. Segundo a agência de notícias Fars, a detonação foi tão forte que pôde ser sentida e ouvida a mais de 50 quilômetros de distância.

O porta-voz do Ministério da Defesa do Irã, Reza Talaei-Nik, disse à televisão estatal que “não havia e não há atualmente qualquer carregamento de combustível militar ou de uso militar” na área do incidente.

A Companhia Nacional Iraniana de Distribuição de Produtos Petrolíferos disse que a explosão “não tem relação alguma com refinarias, tanques de combustível, complexos de distribuição nem oleodutos”. A empresa afirmou que “as instalações petrolíferas de Bandar Abbas funcionam com normalidade”.

Segundo autoridades locais, a explosão foi causada por um incêndio em um depósito de materiais químicos, com vários contêineres atingidos. Já uma pessoa ligada à Guarda Revolucionária, citada pelo The New York Times, atribuiu o incidente ao perclorato de sódio, usado em combustível para mísseis.

“A situação se estabilizou nas principais zonas” do porto, disse o ministro do Interior, Eskandar Momeni, do local do incidente. Trabalhadores retomaram o carregamento de contêineres e os procedimentos aduaneiros neste domingo.

Pezeshkian expressou solidariedade às vítimas da explosão e ordenou uma investigação para esclarecer as causas.

Imagens da agência Irna mostram socorristas entre os escombros, enquanto as estradas foram fechadas e apenas a mídia iraniana tem acesso ao local.

Autoridades declararam três dias de luto na província de Hormozgán, enquanto o Ministério da Saúde recomendou que os moradores evitassem sair de casa “até novo aviso” e utilizassem máscaras protetoras.

Segundo a emissora estatal chinesa CCTV, três cidadãos do país ficaram “levemente feridos” em Bandar Abbas. A explosão ocorreu por volta das 12h locais (8h30 de Brasília), mas as autoridades não divulgaram o número de funcionários que estavam no porto no momento.

Shahid Rajaee é considerado o maior porto comercial do Irã e conta com grande número de armazéns distribuídos em 2.400 hectares, equivalente a 3.400 campos de futebol.

A explosão aconteceu no momento em que Omã sediava conversa para um novo pacto nuclear entre Irã e Estados Unidos, adversários históricos há mais de quatro décadas.

Israel, que há anos trava uma guerra nas sombras contra Teerã, suspeita que o regime iraniano busca desenvolver armas nucleares. Segundo o Washington Post, Israel lançou em 2020 um ciberataque contra o porto de Shahid Rajaee.



Leia Mais: Folha

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