O Egito, mediador dos diálogos para cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas, apresentou uma nova proposta israelense para uma trégua na Faixa de Gaza ao grupo terrorista, informou a TV Al-Qahera News, afiliada ao Estado egípcio, nesta segunda-feira (14)
Sami Abu Zuhri, um alto integrante do Hamas, no entanto, já afirmou que pelo menos dois elementos da proposta são inaceitáveis.
A Al-Qahera disse que os mediadores ainda aguardavam a resposta oficial do Hamas, mas a avaliação de Abu Zuhri sugere que a facção terrorista provavelmente não concordará com os termos.
O integrante do Hamas afirmou à Reuters que a proposta não atendia à principal demanda do grupo palestino, ou seja, de que Israel se comprometesse a um fim total das hostilidades em Gaza.
Na proposta, Israel também pediu pela primeira vez o desarmamento do Hamas na próxima fase das negociações, o que o grupo diz que não aceitará. “Entregar as armas da resistência é uma linha vermelha milionária e não está sujeita a consideração, muito menos a discussão”, disse Abu Zuhri.
Israel reiniciou sua ofensiva no território palestino em março, encerrando um cessar-fogo que havia entrado em vigor no final de janeiro.
A última rodada de negociações desta segunda-feira no Cairo para restaurar a trégua e libertar reféns israelenses terminou sem avanço aparente, afirmaram palestinos e egípcios com conhecimento dos diálogos.
O Hamas insiste que Israel se comprometa a encerrar a guerra e retirar suas forças de Gaza, conforme acordado no acordo de cessar-fogo em três fases de janeiro.
Israel afirmou que não encerrará a guerra a menos que o Hamas seja eliminado e devolva os reféns restantes mantidos em Gaza.
“O Hamas está pronto para entregar os reféns de uma só vez em troca do fim da guerra e da retirada militar israelense” de Gaza, disse Abu Zuhri.
Desde que Tel Aviv reiniciou sua campanha militar, as forças israelenses mataram mais de 1.500 palestinos, número divulgado pelas autoridades de saúde de Gaza, ligadas ao Hamas. A ofensiva deslocou centenas de milhares de pessoas e impôs um bloqueio a todos os suprimentos que entram no território. Enquanto isso, 59 reféns israelenses permanecem nas mãos dos terroristas —Israel acredita que 24 deles estão vivos.
Israel expandiu suas operações terrestres em Gaza nas últimas semanas com novas ordens de retiradas para palestinos no território, principalmente nas porções norte e sul, objetivando a concentração da população local em uma fatia restrita, central e na costa da área conflagrada.
O movimento militar aumenta o controle de Israel em Gaza, com a criação de um terceiro corredor entre as cidades de Rafah e Khan Yunis, no sul, e o aumento das zonas restritas na fronteira entre Gaza e Israel.